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As infecções sexualmente transmissíveis (IST), ao contrário do que muita gente pensa, não são complicações passadas somente pelo sexo com penetração. Seja através do contato entre dois membros ou a partir do sexo oral, qualquer pessoa está sujeita a contrair uma enfermidade quando não é feito o uso de preservativo.
No caso do sexo entre mulheres, ou entre pessoas que têm vagina, isso não é diferente. Segundo a médica ginecologista Bruna Merlo, os diferentes tipos de contato sexual, como o sexo oral, vaginal e anal, sem o uso de proteção, podem provocar infecções pelo HPV, hepatite B, hepatite C, clamídia, herpes, síflis, gonorreia e HIV.
Dessa forma, é importante que métodos preventivos sejam adotados em todas as relações, além de seguir alguns cuidados, para evitar o aparecimento de complicações futuras. "Além da consulta periódica, adotar hábitos saudáveis e manter os exames em dia - desde a primeira relação sexual até o período da pós-menopausa - são fundamentais para proteger a saúde", contou a ginecologista Maria Luisa Nazar, em entrevista prévia ao Minha Vida.
Como se proteger no sexo lésbico?
Assim como a realização de check ups médicos regulares, para garantir que a saúde esteja em dia, é possível utilizar diferentes meios para se proteger contra infecções na hora do sexo. Confira as orientações dadas pela ginecologista Bruna Merlo:
Penetração com os dedos
Ao utilizar os dedos durante a relação, uma das opções é o uso da camisinha masculina ou luvas antes de realizar a penetração - o mesmo vale para o uso de brinquedos sexuais. Para isso, basta colocar o preservativo envolta do acessório erótico ou nos dedos.
"O uso do preservativo feminino (preservativo que vai dentro da vagina) também é de fundamental importância, porque diminui o contato com secreções vaginais", conta a médica.
Sexo oral
Segundo Bruna, na prática do sexo oral, uma boa alternativa para se proteger contra IST's é o dental dam - lençol de látex usado por dentistas. Durante essa prática, é importante que haja uma barreira protetora entre a boca e o membro sexual.
Um outro meio considerado popular é o plástico filme. Entretanto, a ginecologista alerta que ele deve ser utilizado com cuidado. "O uso de plástico filme é recomendado para proteção durante o ato sexual. Contudo, sabe-se que o método não é 100% eficaz. Apesar disso, é aconselhável como medida protetora, visto que é mais vantajoso seu uso do que correr risco de ser contaminado".
Objetos eróticos
É importante que brinquedos sexuais, como vibradores, sejam higienizados de forma adequada, preferencialmente com sabão neutro e água corrente. Também é essencial que ocorra a higiene pessoal antes e após as relações sexuais.
"Os brinquedos eróticos podem apresentar secreções contaminadas. Dessa forma, o contato através de mucosas com secreção contaminada e lesão de continuidade pode acarretar na transmissão da infecção", explica Bruna.
Vulva-vulva
O contato direto entre os dois membros ainda não possui um meio de proteção de barreira considerado eficaz. Uma das dicas dada por especialistas é que as relações ocorram de forma exclusiva, observando caso haja o aparecimento de anormalidades na vulva.
Além disso, Bruna reforça que exames ginecológicos de rotina, como a vulvoscopia e a colonoscopia, também são essenciais no rastreio de doenças e infecções sexuais. Confira 7 exames ginecológicos que toda pessoa com vagina deve fazer.