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A dilatação é considerada a primeira fase do trabalho de parto. Com uma duração que varia entre 12 e 20 horas, esse período que antecede o nascimento envolve contrações irregulares na gestante, e que progridem lentamente, fazendo com que o colo do útero se dilate em torno de 1 centímetro por hora.
"No início das contrações de trabalho de parto, o colo não inicia dilatando de imediato. Primeiro, ele afina, tornando-se menos espesso. Na sequência, começa a dilatar e ampliar. Cada contração exige o trabalho dos dois (da mamãe e do bebê), onde o colo do útero contrai e o bebê pressiona a cabeça, para então dilatar", explica a mentora gestacional Natália Lima.
Conforme o colo do útero perde a rigidez e se torna amolecido, na maior parte das vezes, a bolsa d'água e o bebê são pressionados para baixo. Isso faz com que a dilatação se estenda, podendo chegar até 10 centímetros, levando o bebê para o canal vaginal e bacia óssea. Então, acontece o parto normal.
Como é medida a dilatação?
A medição da dilatação pode ser realizada por um(a) médico(a) ginecologista e/ou obstetra, obstetriz ou enfermeira obstétrica. Considerada um exame de toque, a técnica é feita com luvas esterilizadas, para não haver risco de infecção.
Segundo Mariana Rosário, ginecologista e obstetra, o profissional irá introduzir o dedo no canal vaginal, a fim de medir a distância entre as duas bordas do colo do útero. Dessa forma, é possível determinar os centímetros de dilatação apresentados no decorrer do trabalho de parto.
Durante esse procedimento, é possível que a gestante sinta algum nível de desconforto. "Tem gente que mede direto com dois dedos e acaba incomodando mais. Se a gente fizer o toque unidigital, que muitas vezes já consegue avaliar muita coisa, conseguimos melhorar muito a qualidade do exame e aliviar o incômodo da paciente", afirma a médica.
Ainda de acordo com a especialista, a prática de usar um ou dois dedos para fazer a medição varia muito do profissional que está realizando o exame. "Mas é importante tentar ser o mais carinhoso possível durante o procedimento, que não é exatamente tranquilo", conta Mariana.
Consentimento no exame de toque
Além do cuidado na hora de fazer o exame, é importante que haja o consentimento da gestante para que o profissional faça a medição da dilatação com os dedos. Caso o procedimento seja feito de maneira agressiva ou inadequada, pode-se caracterizar um quadro de violência obstétrica.
A mulher também possui o direito de ter um acompanhante durante todo o trabalho de parto, conforme a Lei Federal nº 11.108/2005, a RDC 36/2008 da ANVISA, as RNs 211 e 262 da ANS e o Estatuto da Criança e do Adolescente, no caso de adolescentes grávidas.
Como acelerar a dilatação?
Em alguns casos, a evolução da dilatação pode não ocorrer conforme o esperado. Segundo a médica Mariana Rosário, quando isso acontece, o médico irá avaliar o trabalho de parto como um todo, identificando possíveis problemas, como uma contração ineficaz, por exemplo.
Caso seja necessário, é possível que o uso de medicamentos específicos para acelerar esse processo sejam utilizados. "Existe um gráfico que a gente preenche no decorrer do trabalho de parto que se chama partograma. Ele vai avaliar e falar qual é o momento de entrar com medicação", explica a especialista.
Além disso, algumas técnicas não farmacológicas podem ser indicadas para acelerar a dilatação, de acordo com cada quadro médico. A mentora gestacional Natália Lima conta que alternativas como exercícios, acupuntura, água quente e óleos essenciais podem melhorar a qualidade da contração - o que, consequentemente, aumenta a dilatação.
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