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Usada principalmente para casos de indigestão, azia e refluxo ácido, a ranitidina é um medicamento pertencente ao grupo dos bloqueadores dos receptores de H2 da histamina, cujo objetivo é reduzir a quantidade de ácido que o estômago produz.
Entenda para quem a ranitidina é indicada e por que o medicamento foi considerado inseguro e retirado das prateleiras no Brasil.
Para que serve a ranitidina?
O medicamento é geralmente utilizado para o tratamento de úlceras gástricas, esofagite por refluxo gastroesofágico (quadro de inflamação do esôfago) e úlcera causada por estresse.
De acordo com Mayra Gabriela Bento Teixeira, coordenadora de Farmácia do Hospital Albert Sabin de São Paulo (HAS), o medicamento é especialmente contraindicado para pacientes com hipersensibilidade a qualquer componente da fórmula e não deve ser utilizado para mulheres grávidas sem orientação médica ou de um cirurgião-dentista.
Além disso, um dos possíveis efeitos colaterais da ranitidina é o potencial de afetar a absorção, o metabolismo e a excreção renal de outros medicamentos.
Como tomar?
A ranitidina pode ser encontrada na forma de comprimido, comprimido efervescente, granulado efervescente e xarope para administração oral, e deve ser indicada com a orientação de um clínico geral ou gastroenterologista.
Geralmente, o medicamento pode ser tomado de uma a quatro vezes ao dia e a sua dosagem pode mudar de acordo com a idade. Para evitar complicações, siga as instruções da receita, leia o rótulo da embalagem e tome o medicamento conforme a prescrição médica.
Por que a ranitidina foi suspensa?
Em janeiro de 2020, a ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) decretou a interrupção da importação do insumo de ranitidina produzido e importado por uma empresa indiana chamada Saraca Laboratories Limited.
Conforme explica Mayra Gabriela Bento Teixeira, o principal motivo da suspensão do fármaco pela agência foi a detecção de N-nitrosodimetilamina (NMDA), composto considerado como provável agente cancerígeno humano.
Devido aos processos de cozimento e fermentação, a substância também pode ser encontrada em níveis baixos em alimentos, como carnes assadas, queijos e cerveja.
De acordo com a Federação Brasileira de Gastroenterologia (FBG), por falta de literatura baseada em evidências, ainda não existe um posicionamento sobre os riscos de saúde para quem tomou o medicamento. Sendo assim, as informações adicionais sobre o assunto devem ser aguardadas e obtidas por meio da vigilância sanitária.
Substitutos da ranitidina
É possível substituir a ranitidina por outros remédios de efeito semelhante, como medicamentos da classe de omeprazol ou antiácidos. Contudo, tal mudança deve ser orientada após avaliação médica.