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Apesar de ser frequentemente relacionado com ambientes como a escola, o bullying pode ser praticado por pessoas de diferentes idades e em locais variados - até mesmo dentro de casa.
As consequências que essa agressão gera na saúde mental da vítima foi objeto de estudo pela Universidade de York, na Inglaterra. A pesquisa contou com a participação de 17 mil jovens que foram acompanhados por seis anos. Cada um dos participantes foi entrevistado aos 11, 14 e 17 anos.
Quando crianças, com 11 e 14 anos, os jovens foram questionados sobre episódios de bullying entre os familiares, relatando casos de agressão física, xingamento e ferimentos causados de propósito por um irmão. Ao chegarem na fase da adolescência, aos 17, os mesmos responderam a questões sobre sua saúde mental.
Foi revelado que, aos 11 anos, 48% dos irmãos possuíam histórico de bullying: 15% como vítimas, 4% como agressores e 29% em ambas posições. Já aos 14 anos ambos os números caíram para um terço.
Resultados da pesquisa
A análise dos dados fez com que os pesquisadores descobrissem que crianças entre 11 e 14 anos vítimas de bullying têm alto risco de desenvolver complicações envolvendo a saúde mental ao completarem 17 anos.
Além disso, os resultados mostraram que esse grupo de jovens possui maior probabilidade de ser introvertido quando comparado a pessoas que se relacionam positivamente com seus irmãos.
Para analisar a saúde mental desses jovens, os cientistas classificaram seus sentimentos em uma escala que determinava fatores como bem-estar, autoestima, episódios depressivos, sensação de ansiedade e raiva fora do controle. O estudo concluiu que o grupo vítima de bullying por irmãos foi mais propenso a desenvolver problemas emocionais e mentais, assim como praticar a automutilação.
Entre aqueles que se identificaram como agressores, a probabilidade de desenvolver problemas de saúde mental também foi considerada alta. "O bullying entre irmãos está relacionado a problemas de saúde mental a longo prazo e deve ser tratado com seriedade pela família. Cabe ressaltar que tanto as vítimas quanto os agressores tiveram mais risco de batalhar com transtornos como ansiedade e depressão na adolescência", afirmou Umar Toseeb, um dos autores do estudo.
Como estimular o vínculo entre irmãos?
Mesmo com a empolgação dos pais por causa de uma segunda gestação, o filho mais velho pode não compartilhar dessa felicidade por não entender o que o espera. É por isso que é importante aprender a lidar com os ciúmes que a criança pode ter do recém-nascido e estimular a formação de vínculo entre os dois, afinal, a criança ainda não é madura o suficiente para entender que deve dividir a atenção e os cuidados com um novo irmão.
"Qualquer laço é uma construção, inclusive os fraternos", afirmou a psicóloga Patrícia Bader em entrevista prévia ao Minha Vida. É por isso que é preciso acolher o sentimento do filho mais velho, já que essa novidade pode ser difícil de assimilar. Afinal, até então toda a atenção dos pais era destinada a um só. "Os pais são as primeiras pessoas responsáveis por garantir que o laço se construa", diz.
Para Patrícia, desde a gravidez é necessário incluir o irmão mais velho nas decisões e escolhas sobre o irmão mais novo. Quando os pais forem selecionar as roupinhas do bebê, por exemplo, podem deixar o filho mais velho opinar. O mesmo vale para a discussão sobre o nome, a decoração do quarto ou outros aspectos. Depois do nascimento, haverá um desdobramento do que já aconteceu.
Confira outras dicas sobre como criar uma boa relação entre o filho mais velho e o recém-nascido.