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Identificada pela primeira vez na África do Sul, a nova variante do COVID-19, a Ômicron, tem preocupado cientistas e governantes pela sua rápida evolução e pela escassez de dados.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o número sem precedentes de mutações de pico pode impactar a trajetória da pandemia. Além disso, a agência afirma que há um risco maior de reinfecção do que com outras variantes.
A nova cepa também foi detectada em outros países como o Reino Unido, Israel, Holanda, Hong Kong, Bélgica e agora no Brasil, com os primeiros dois casos identificados em São Paulo.
De acordo com cientistas e especialistas, ainda não há dados definitivos sobre os riscos da Ômicron e nem está claro o tamanho da ameaça que a nova cepa representa.
O que se sabe até agora sobre a Ômicron?
Apesar de ainda não haver dados definitivos, o que se sabe até agora sobre a Ômicron é que essa a nova cepa possui uma "constelação" genética incomum, com cerca de 50 mutações que, teoricamente, a ajudam a se espalhar mais rapidamente.
Além de ser classificada pela Organização Mundial de Saúde como uma variante preocupante, a agência também afirma que há um risco maior de reinfecção do que em relação às outras variantes.
Contudo, ainda não se sabe o quão transmissível a variante Ômicron é, nem se é uma cepa mais branda ou mais grave. Também ainda não é possível mensurar como a parede de imunidade construída por meio de vacinas, reforços e altos níveis de Covid irá reagir à nova mutação.
Quais os sintomas da variante Ômicron?
Ainda não se sabe ao certo quais sintomas específicos a nova cepa pode provocar. Especialistas dizem que ainda é muito cedo para determinar se a variante Ômicron causa sintomas mais graves ou menos graves.
De acordo com a médica que alertou sobre a variante Ômicron, até agora a mutação tem provocado sintomas leves.
Em conversa com o jornal britânico The Telegraph, Angelique Coetzee, presidente da Associação Médica da África do Sul, informou que os sintomas, apesar de incomuns, são tão leves quanto os que já havia tratado antes.
Segundo a médica, os sintomas da Ômicron relatados pelos pacientes foram:
- Cansaço
- Dores musculares
- "Coceira na garganta" ou sensação de "garganta arranhando"
- Febre baixa (em poucos casos)
- Tosse seca (poucos casos).
"O que temos que nos preocupar agora é que, quando pessoas mais velhas e não vacinadas forem infectadas com a nova variante, e se não forem vacinadas, veremos muitas pessoas com uma forma da doença grave", explicou Angelique Coetzee.
Vacinas atuais podem proteger contra a Ômicron?
De acordo com testes laboratoriais preliminares, três doses da vacina Pfizer (BNT162b2) contra a COVID-19 possuem potencial para neutralizar a nova variante Ômicron (linhagem B.1.1.529).
O resultado da análise foi divulgado em nota pela Pfizer e a BioNTech, que anunciaram que a dose de reforço da vacina da Pfizer aumenta os anticorpos neutralizantes em 25 vezes, enquanto apenas duas doses da vacina mostram um nível de neutralização reduzido.
Conforme explica Giovanna Sapienza, médica infectologista do Meniá Centro de Prevenção, as alterações genéticas sugerem que a nova cepa possa ser mais transmissível e tenha maior escape imunológico, ou seja, um risco aumentado de reinfecção e falha vacinal.
No entanto, na prática e até o momento, não há dados suficientes para afirmar essas alegações, ainda que os testes diagnósticos de PCR atuais do SARS-CoV-2 continuem a detectar essa variante.
Há uma série de estudos em andamento avaliando essa variante e a OMS comunicará as novas descobertas aos Estados Membros e ao público, conforme necessário.
Em relação à terceira dose da vacina da Pfizer, a empresa afirma que o objetivo é continuar coletando mais dados laboratoriais e avaliando a eficácia da vacina no mundo real para analisar e confirmar a proteção contra o Ômicron.