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Entre as complicações possíveis causadas pela artrite reumatoide, uma doença autoimune, crônica e progressiva que afeta as articulações, está a perda das funções cognitivas. Entenda, a seguir, por que isso acontece e como remediar o agravamento da doença.
Artrite reumatoide: o que é?
A artrite reumatoide é uma doença inflamatória crônica que atinge as articulações do corpo, assim como provoca desgaste ósseo. De origem autoimune, o quadro é caracterizado por causar inchaço doloroso que pode, eventualmente, resultar em erosão óssea e deformidade articular.
Além das articulações e ossos, a artrite reumatoide também pode afetar pele, olhos, pulmões e vasos sanguíneos. O cérebro é outro órgão que a doença pode afetar conforme o avanço do quadro e sua gravidade, impactando a cognição.
Como a artrite reumatoide afeta a cognição?
É o que explica o reumatologista Dawton Torigoe. De acordo com o médico, um dos responsáveis por um estudo do Instituto Ipsos, no qual foram consultadas pessoas com doenças autoimunes (entre elas a artrite reumatoide), foi observado que o quadro em sua forma mais grave afeta a capacidade de aprendizado, perda de memória, de abstração, entre outros aspectos cognitivos.
"O processo inflamatório contínuo e crônico, além de afetar as articulações, afeta o sistema nervoso central também. Essa é a inferência que fizemos", indica o reumatologista.
Essa deterioração, de acordo com Torigoe, ocorre em paciente com a artrite reumatoide mais grave - mas não necessariamente pessoas mais velhas, podendo ocorrer em jovens.
Tratamento precoce contra a artrite reumatoide
Para atenuar os sintomas e o agravamento da doença, a recomendação é seguir com o tratamento precoce para artrite reumatoide.
"Existem vários estudos em que se separam dois grupos de pacientes, sendo que em um você inicia o tratamento imediatamente e em outro você retarda em algumas semanas - dando analgésicos e anti-inflamatórios (para controlar os sintomas). Acompanham-se esses dois grupos e, depois de algumas semanas, as pessoas que só tomavam (remédios para tratar os sintomas) passam a usar os mesmos remédios do grupo anterior", diz o médico.
Por isso, o recomendado é que o paciente procure o reumatologista nas primeiras 12 semanas em que sentir algum dos sintomas. "Se a pessoa não vier (ao consultório) nesses primeiros três, quatro meses, o destino dela está selado? Não é isso. Esses pacientes podem evoluir bem também. Só que as chances são maiores se a artrite for tratada no início", avalia Torigoe.