Graduado pela Universidade de Passo Fundo. Residência médica em Dermatologia no Hospital das Clínicas da Faculdade...
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O ácido lático, para pessoas que praticam exercícios regularmente, não é um nome tão incomum. Esse ativo é produzido pelo próprio organismo em situações de exercício intenso ou jejum, sendo primordial para gerar energia para o organismo - mas calma que não é só músculo que se beneficia do ácido lático!
A substância, que pertence ao grupo dos alfa-hidroxiácidos (AHA), é conhecida na indústria dermocosmética como um composto orgânico que visa a renovação celular e pode ser uma grande aliada de peles mais sensíveis.
O que são alfa-hidroxiácidos?
Os alfa-hidroxiácidos são um grupo de ácidos naturais, derivados de inúmeros vegetais, como frutas, cana-de-açúcar e, no caso do ácido lático, do leite azedo - e estão presentes em uma variedade de produtos para a pele. Normalmente, são utilizados em tratamentos de acne, envelhecimento cutâneo, melasma, hipercromia e outros problemas de pele.
Entre os mais conhecidos, estão:
- Ácido glicólico
- Ácido mandélico
- Ácido málico
- Ácido cítrico
- Ácido lático.
Para que serve o ácido lático?
As funções do ácido lático são diversas. Como os outros AHA, ele é um esfoliante químico, então não possui aqueles pequenos grânulos e a textura áspera presente nos esfoliantes físicos, que tratam a pele pelo atrito. Mas isso não significa que ele é menos potente!
O ativo, perfeito para quem não gosta da fricção, penetra na pele eliminando as células mortas e estimulando a renovação celular. Ainda assim, ele tende a causar menos irritação, a depender da concentração utilizada.
Além disso, de acordo com Renato Pazzini, dermatologista pela USP e membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), o ácido lático tem a capacidade de inibir uma enzima chamada tirosinase, responsável pela transferência de melanina entre as células da pele.
À vista disso, ele é bastante utilizado em tratamentos dermatológicos que buscam clarear manchas na pele, seja por melasma ou por manchas causadas pelo sol.
Benefícios do ácido lático
Segundo Franklin Veríssimo, especialista em medicina estética, um dos principais benefícios é a propriedade umectante, que proporciona à pele uma maior retenção de água, contribuindo de forma significativa na hidratação da pele e rejuvenescimento.
Ademais, devido a seu efeito clareador, ele normalmente faz parte do tratamento de patologias que causam pigmentação da pele, conforme explica Pazzini. Por ser um AHA intermediário, ele não penetra tão profundamente na cútis e promove uma esfoliação mais suave, sendo ótimo para pessoas com pele sensível e/ou mista.
Outros benefícios do ácido lático incluem:
- Clareamento de manchas
- Esfoliação profunda
- Melhora na textura da pele
- Antiséptico
- Ajuda no tratamento de acne
- Hidratação da cútis
- Diminuição das rugas finas.
Como adicioná-lo no skincare
Assim como outros alfa-hidroxiácidos, o ácido lático deve ser utilizado apenas durante a noite após a limpeza de pele, na forma de sérum ou creme. Pela manhã, é essencial o uso de protetor solar, que protege a pele contra os raios UV, responsáveis pelas manchas e fotoenvelhecimento precoce na pele.
Conforme acrescenta Pazzini, o ácido lático pode ser usado na forma de peeling nos consultórios dermatológicos. O procedimento serve como forma de clarear a pele mais rapidamente, promovendo a renovação celular de forma progressiva.
Contraindicações
O uso do ácido lático é contraindicado para pessoas que possuem sensibilidade a algum ingrediente presente na composição do ativo. Quem possui dermatites ou lesões ativas também deve evitar o uso.
Para gestantes, o dermatologista Renato Pazzini explica que, desde que em baixa concentração (<6%) e com acompanhamento dermatológico, o ácido lático pode ser utilizado.
"Considerando que o AL é um produto natural e de alto peso molecular, sua penetração além das camadas superficiais da pele é pequena, sendo portanto considerado seguro seu uso por gestantes", finaliza o especialista.
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