Redatora especialista em bem-estar, família, beleza, diversidade e cuidados com a saúde do corpo.
O que é
A fisioterapia respiratória é uma especialidade dentro da fisioterapia cujo objetivo é prevenir complicações que envolvem o sistema cardiorrespiratório, assim como tratar doenças crônicas e agudas que atingem a região.
Entre as condições tratadas pela técnica, estão:
- Asma
- Bronquite
- Doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC)
- Fibrose cística
- Tuberculose
- Insuficiência respiratória
- Apneia do sono
O método também pode ser aplicado em quadros graves em que um vírus acomete os pulmões, como o coronavírus. Além disso, a fisioterapia respiratória é utilizada para a prevenção de complicações pós-cirúrgicas, evitando quadros de pneumonia e atelectasia, por exemplo.
Como funciona
De acordo com João Paulo Silveira, especialista em Fisioterapia Cardiorrespiratória, o plano terapêutico deve ser sempre planejado com uma equipe multidisciplinar de saúde - seja em casa, na clínica, hospital ou trabalho.
"É comum também que esse tipo de fisioterapia aconteça em UTIs, nos quadros em que o paciente está entubado ou acabou de passar por respiração por aparelhos. Além disso, há exercícios que podem ser feitos em qualquer lugar, pelo próprio paciente", conta.
O especialista explica que a fisioterapia respiratória possui três etapas essenciais, sendo elas:
Primeiro contato: o fisioterapeuta entra em contato com o paciente ou médico solicitante, por meio dos laudos e/ou também por consulta presencial ou por telemedicina, para que o especialista se familiarize com o quadro médico.
Avaliação: é analisado o quadro do paciente (se o paciente é esportista e quer melhorar seu desempenho respiratório; se ele possui asma ou outra doença respiratória e precisa melhorar seu quadro de saúde; se é um paciente que veio de um coma, se ele passou ou não por entubação; se teve COVID-19 ou se teve sequelas cardiorrespiratórias e neuromusculares, etc). Assim, o fisioterapeuta avalia como serão feitos os próximos atendimentos.
Alta: após o tratamento, que é individual e exclusivo para cada quadro, a alta do paciente é dada pelo fisioterapeuta respiratório, podendo também ser feita por outros médicos especialistas que acompanham o quadro em questão.
Benefícios
Os principais benefícios gerados pela fisioterapia respiratória são:
- Reexpansão pulmonar
- Liberação de secreção, limpeza e desobstrução de vias aéreas
- Prevenção de piora de quadros, inclusive, cirúrgicos
- Facilitar a chegada de oxigênio em todo corpo
- Melhora da oxigenação no sangue
Aparelho para fisioterapia respiratória
Alguns aparelhos, como o Respiron, podem ser implementados durante as sessões para promover a melhora do condicionamento respiratório. Entretanto, segundo João Paulo, o uso isolado de equipamentos não garantem uma boa qualidade de vida e de atendimento.
"Durante os atendimentos, são repassados exercícios que dependem unicamente da atividade respiratória do paciente, de acordo com cada quadro", explica.
Exercicíos
João conta que a maneira mais utilizada para verificar a atividade pulmonar é o "inspira pelo nariz e solta pela boca", indicando que o paciente respire pelo diafragma. Apesar de parecer simples, o especialista conta que o exercício permite que o profissional avalie o quadro real do paciente e até a melhora (ou não) do mesmo.
"Há também a respiração por tempos (fracionada) - quando avaliamos o cansaço desse paciente. Por exemplo, quando se inspira pelo nariz em 4 tempos/seg. e solta o ar em 6 tempos/seg. Existem manobras manuais aplicadas pelo fisioterapeuta que, associadas a padrões respiratórios, auxiliam na eliminação de secreções, expansão pulmonar, entre outros benefícios", explica.
Também é possível utilizar aparelhos ou objetos durante as sessões, como os incentivadores respiratórios, que são instrumentos simples e portáteis originalmente desenvolvidos para melhorar a expansão pulmonar, promover ou favorecer a higiene brônquica e obter fortalecimento da musculatura ventilatória.
"A respiração com auxílio de prótese ventilatória pode ser não invasiva (com máscaras acopladas ao nariz e boca do paciente) ou as invasivas (ligadas ao paciente através de traqueostomia ou intubação orotraqueal). Também é comum a realização de drenagem, pressão manual torácica pelo fisioterapeuta, aspiração de vias aéreas superiores e outros", diz João.
Fisioterapia respiratória pediátrica
Crianças e bebês também podem usufruir dos benefícios da fisioterapia respiratória, contanto que haja indicação e acompanhamento médico adequado.
"É preciso ter em mente que a capacidade respiratória, ou seja, o tamanho e quantidade de ar do pulmão do adulto para o da criança, é diferente - ainda mais quando falamos dos bebês. Outro ponto importante é a maior fragilidade óssea da caixa torácica", conta João Paulo.
A fisioterapia em bebês deve ser acompanhada de perto por pediatras, que irão avaliar a evolução do caso clínico. Normalmente, o método é utilizado para o tratamento de complicações causadas pela gripe, pneumonia e bronquiolite nessa faixa etária.
"É preciso também tomar um cuidado maior no caso dos bebês, pois trata-se de um sistema respiratório em desenvolvimento, podendo ter dificuldade nas trocas gasosas e podendo juntar muitas secreções - embora tenha métodos alternativos para eliminação de secreção do bebê, a fisioterapia respiratória para eles também podem ajudar nesse processo", finaliza o fisioterapeuta.
Fonte
João Paulo Silveira, especialista em Fisioterapia Cardiorrespiratória pelo Hospital das Clínicas Da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP) e CEO e fundador da Domicile Home Care, assistência médica