Redatora especialista em família e bem-estar, com colaboração para as editorias de beleza e alimentação.
A dopamina é um neurotransmissor produzido por células chamadas neurônios dopaminérgicos e associada à sensação de bem-estar e à memória. Ela ainda faz parte do sistema de recompensa e também está ligada ao controle do humor, ao prazer e à atenção.
No entanto, a dopamina também desempenha vários outros papéis importantes para os seres humanos, especialmente para os movimentos, uma vez que ela faz parte do circuito de motricidade, vinculado à parte de função motora.
A dopamina é produzida no neurônio e é descarregada na sinapse - que é o encaixe de um neurônio com outro -, e então quando existe uma transmissão elétrica essa dopamina é despejada na sinapse, e sinaliza para outro neurônio continuar o sinal elétrico.
Além disso, a dopamina também é produzida no trato gastrointestinal, nos neurônios que existem na mucosa intestinal.
Para que serve a dopamina?
A dopamina é um neurotransmissor extremamente importante para o organismo do ser humano. Entre suas principais funções, estão:
- Ser responsável pelas funções cognitivas envolvendo atenção, aprendizado e memória
- Controlar as funções motoras
- Processar sensações de prazer e cria ciclos de busca de recompensas
- Aumentar o nível geral de excitação e motivação
- Ajudar a garantir a saúde intestinal.
Sinais de dopamina baixa
A deficiência de dopamina pode levar a sintomas físicos, psicológicos e neurológicos, e está associada a doenças como Alzheimer, Parkinson, transtornos depressivos e compulsão alimentar.
Entre os sintomas físicos, o principal que pode-se observar é a parte motora, onde a pessoa começa a ter tremores, dificuldade em se locomover e em executar trabalhos manuais. Os movimentos também podem ficar atrasados e descoordenados.
Por estar ligada a memória e ao sistema cognitivo, a deficiência de dopamina pode levar ao declínio das funções neurocognitivas, especialmente memória, atenção e resolução de problemas.
Outros sintomas relacionados a baixa dopamina no cérebro são:
- Alterações de humor
- Redução do desejo sexual (baixa libido)
- Prisão de ventre
- Dificuldade em engolir
- Depressão
- Psicose
- Falta de motivação
- Pneumonia por aspiração.
Diferença entre dopamina e serotonina
Tanto a dopamina quanto a serotonina são neurotransmissores, ou seja, são uma espécie de mensageiros químicos no cérebro que se comunicam através dos neurônios. Embora estejam associadas a sensações semelhantes, como felicidade e prazer, ambas exercem funções diferentes no organismo.
Serotonina: conhecida como "hormônio da felicidade", é responsável pela regulação das emoções, na sensação de calma e foco, e desempenha um papel na densidade óssea, na coagulação sanguínea e na digestão.
A deficiência da serotonina está ligada a agressividade, mau funcionamento do intestino e está relacionada ao surgimento de transtornos mentais como ansiedade e depressão.
Dopamina: já a dopamina está associada ao sentimento de recompensa, motivação e prazer. Baixos níveis de dopamina estão ligados à perda de memória e dificuldades motoras.
Ainda assim, tanto a serotonina quanto a dopamina estão intrinsecamente interligadas e possuem funções extremamente importantes e complexas no corpo.
Diagnóstico de falta de dopamina
Diagnosticar uma deficiência de dopamina pode não ser uma tarefa fácil, isso porque, embora seja possível analisar o nível de dopamina através de um exame de sangue, não é possível avaliar, por exemplo, como o cérebro responde à dopamina.
Além disso, existem doenças que podem fazer com que o corpo não fabrique transportadores de dopamina.
Dessa forma, é de suma importância que, caso exista a presença de sintomas de baixa dopamina ou o paciente desconfie do quadro, a pessoa procure um médico e receba o tratamento adequado de acordo com o diagnóstico.
É importante lembrar que muitas das doenças causadas pela deficiência de dopamina são tratáveis.
Dopamina: como aumentar?
Uma das principais formas de tratar uma deficiência de dopamina é através de medicamentos dopaminérgicos. Contudo, para isso é fundamental a prescrição de um médico.
Alguns hábitos e mudanças no estilo de vida também podem ajudar a aumentar os níveis de dopamina naturalmente, como:
Praticar exercícios regularmente: alguns estudos já demonstraram que há uma descarga de dopamina durante atividades físicas.
Melhorar os hábitos de sono: dormir o suficiente e ter um sono adequado promove a tendência natural do corpo de liberar mais dopamina pela manhã e menos à noite.
Faça atividades (saudáveis) que você considere prazerosa: atividades ou técnica que o ajude a se sentir relaxado e feliz pode auxiliar a combater a baixa dopamina.
Referências
Custodio Michailowsky Ribeiro (CRM - 73303), Médico Neurologista do Hospital Albert Sabin de SP.