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Duas em cada três mortes de bebês de até um ano poderiam ser evitadas no Brasil por meio da vacinação, da amamentação e do melhor acesso à atenção básica de saúde. É o que indicam os dados do Observatório de Saúde na Infância - Observa Infância, que reúne pesquisadores da Fiocruz e do Centro Universitário Arthur de Sá Earp Neto (Unifase).
Segundo o levantamento, o país registra mais de 20 mil óbitos por ano de bebês nessa faixa etária por causas que poderiam ser evitadas, como diarreia, pneumonia e doenças para as quais já existem vacinas. Diante da queda da cobertura vacinal, como acontece com as vacinas contra pólio e sarampo, o risco à saúde das crianças é aumentado.
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Entre 2018 e 2020, o Rio de Janeiro foi o município brasileiro com o maior número de óbitos por diarreia entre bebês de até um ano, seguido por Belém, Manaus e São Paulo. Já a capital paulista foi a líder de mortes por pneumonia, à frente do Rio de Janeiro, Manaus e Fortaleza.
Atenção à saúde básica
O Observa Infância cruzou grandes bases de dados próprias com as dos sistemas de informação nacionais e conseguiu identificar as principais causas de mortes evitáveis em crianças com menos de cinco anos.
Segundo Patrícia Boccolini, pesquisadora do Observa Infância vinculada ao Núcleo de Informação, Políticas Públicas e Inclusão (Nippis), um dos principais fatores é a desigualdade em relação à cobertura vacinal, relacionada à falta do acesso à saúde básica.
Além disso, mais da metade dos bebês que falecem por ano poderiam ter sido salvos por meio de um pré-natal adequado e da atenção de qualidade no pós-parto. Este apontamento foi feito por meio de comunicado por Cristiano Boccolini, pesquisador do Observa Infância que atua no Laboratório de Informação em Saúde do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz).
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O pesquisador também destaca que a amamentação é responsável por prevenir grande parte dos óbitos infantis. Por isso é preciso fortalecer políticas públicas para promover o aleitamento materno na primeira hora de vida e exclusivo nos seis primeiros meses.