Camila Arai Seque, dermatologista e assessora do Departamento de Dermatologia e Medicina Interna da SBD. ...
iRedatora especialista em conteúdos sobre saúde, família e alimentação.
Assim como as condições genéticas, a ancestralidade também desempenha um importante papel de influência na aparência da pele. Entender essas e outras características é fundamental para elaborar uma rotina eficiente de cuidados — e com produtos que, de fato, atendam às necessidades de cada etnia.
No caso da pele de pessoas asiáticas, inúmeras questões impactam no tipo de cútis. Segundo Camila Arai Seque, médica dermatologista e assessora do Departamento de Dermatologia e Medicina Interna da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), a pele asiática apresenta três características principais em relação à pele ocidental, sendo elas:
- Maior tendência à pigmentação
- Maior tendência ao ressecamento
- Maior resistência ao envelhecimento
Pele asiática é mais frágil e propensa a manchas
Assim como a pele negra, a pele asiática tende a produzir melanina com bastante facilidade. A melanina é uma proteína responsável pela pigmentação da pele e pela proteção contra os raios UV. Em excesso, ela aumenta a tendência a manchas e de outros distúrbios pigmentares.
Por consequência, as peles asiáticas apresentam maior frequência de problemas associados à pigmentação, tais como manchas de sol, melasma e hiperpigmentação após inflamações (ferimentos, lesões de acne, cirurgias e procedimentos como laser, por exemplo).
“Além disso, os asiáticos têm maior frequência de pigmentações congênitas, como mancha mongólica, nevo de Ota e nevo de Hori”, acrescenta Camila.
Além da tendência à pigmentação, Camila explica que a pele asiática também possui a função de barreira cutânea mais frágil. Aliado a isso, esse tipo de cútis tem uma camada córnea (camada mais superficial da pele) mais fina e maior densidade de glândulas sudoríparas, fatores que conferem maior sensibilidade.
Resistência ao envelhecimento cutâneo
Pessoas asiáticas produzem mais melanina do que a população caucasiana. Esse fator confere um fator de proteção solar natural que ajuda a retardar o envelhecimento cutâneo.
Além disso, por ser mais espessa e conter maior quantidade de colágeno, a pele asiática enruga menos e sofre menos com a flacidez. Segundo Camila Arai Seque, “há diferenças genéticas da própria estrutura da pele, como a derme (camada profunda da pele que concentra fibras de colágeno) mais espessa, que retarda o surgimento de rugas e de linhas de expressão”.
Outras características marcantes desse tipo de pele são:
- Poros mais dilatados: a maior produção de queratina contribui para o acúmulo de óleo de células mortas ao redor dos poros, o que os faz aumentar de tamanho. No geral, esse tipo de pele apresenta mais oleosidade na zona T (testa, nariz e queixo)
- Pele mais ressecada: o baixo nível de hidratação da pele se dá pela perda de água transdérmica, que causa o alto ressecamento
Tratamentos mais indicados para pele asiática
Tratamentos superficiais, como peelings, microagulhamento e lasers não agressivos são recomendados, de acordo com Camila, sempre com muita atenção ao risco de hiperpigmentação após o procedimento.
“Tratamentos injetáveis, como aplicação de toxina botulínica e preenchedores, podem ser realizados com segurança, desde que respeitadas as peculiaridades anatômicas do rosto asiático”, acrescenta a dermatologista.
Leia também: 6 acessórios para potencializar a rotina de skincare
O que deve ser evitado?
Tratamentos com maior risco de causarem manchas na pele não são recomendados para peles asiáticas, tais como tecnologias baseadas na emissão de luz intensa pulsada, que podem causar queimaduras ou manchas transitórias ou definitivas. Lasers agressivos (lasers ablativos), que promovem a obstrução superficial cutânea da pele, também não são indicados.
Produtos essenciais na rotina de skincare
Independente do tipo de pele, o protetor solar é primordial para mantê-la protegida dos efeitos nocivos dos raios ultravioleta, além de evitar o surgimento de manchas. Seu uso deve ser iniciado assim que começa a exposição ao sol.
Hidratantes também são importantes desde a infância, ressalta Camila. Por se tratar de um tipo de pele mais ressecada, o ideal é apostar em produtos com alto poder de hidratação, que estimulem a umidade da pele, fortalecendo a sua proteção natural.
No caso de pessoas mais velhas, produtos com princípios ativos anti-idade, como antioxidantes, ácidos, despigmentantes e outros, podem ser usados a partir dos 40 anos na pele asiática, segundo Camila. Todavia, a especialista lembra que há particularidades em cada caso.
O ideal é sempre consultar um profissional dermatologista, que poderá indicar os melhores produtos para cada tipo de pele e uma rotina mais eficaz de cuidados.
Leia mais: Skincare: principais passos para incluir na rotina