Médico ginecologista e obstetra, responsável pelo ambulatório de Ginecologia Geral do Hospital e Maternidade Leonor Mend...
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O cordão umbilical é formado por uma cartilagem elástica e flexível que une o bebê à gestante. Normalmente essa ligação é feita com a “cordinha” se acomodando na porção mais baixa do feto, enquanto a sua outra parte se localiza na parede do útero.
Com cerca de 50 centímetros de comprimento e entre 1,5 /2,0 cm de diâmetro, o interior dessa formação conta com uma veia e duas artérias, responsáveis por funções essenciais para a vida do bebê, como a troca de oxigênio, de gás carbônico e de nutrientes.
Entretanto, em alguns casos, o cordão umbilical forma nós que devem ser acompanhados de perto por um médico, já que podem trazer riscos para a gestação. Entre eles estão o nó verdadeiro e o nó circular - o primeiro sendo considerado raro.
“O nó verdadeiro é aquele quando o cordão se enrola sobre si mesmo. Ele ocorre em até 2% das gestações. Os nós circulares (não verdadeiros) são aqueles quando o cordão se enrola à volta de partes fetais, como no pescoço e em membros”, explica Alexandre Rossi, médico ginecologista e obstetra.
Causas
De acordo com Alexandre, as principais causas para o surgimento de nós no cordão umbilical são:
- Aumento do líquido amniótico;
- Baixo peso fetal;
- Movimentação fetal excessiva;
- Cordões longos.
Riscos e diagnóstico
Os nós circulares costumam ocorrer com maior frequência, formando-se e desfazendo-se com a movimentação do feto no útero durante a gestação. Muitas vezes, esse tipo de nó é desenrolado durante o parto.
Segundo Alexandre, o nó verdadeiro costuma ser frouxo e não causa complicações. No entanto, caso ocorra um aperto, é possível que haja a diminuição de oxigenação, da nutrição e, em quadros mais graves, a morte fetal.
“O nó verdadeiro de cordão pode levar à diminuição de movimentos fetais após a 37ª semana de gestação. A ultrassonografia com Doppler feita por mãos experientes pode fechar o diagnóstico. Porém, na maioria das vezes, o nó só é visto na hora do parto”, conta o médico.
Influência na hora do parto
Quando a presença do nó é observada apenas no momento do parto, o médico irá analisar a melhor alternativa para garantir a segurança da gestante e do bebê. Porém, não há um protocolo que determinará o tipo de parto após o diagnóstico das formações no cordão umbilical.
“Se houver aperto do nó, o monitoramento fetal acusará alteração do ritmo cardíaco fetal e o médico assistente tomará as medidas necessárias para o bem-estar fetal. Não existe consenso quanto à via de parto nos casos de nó verdadeiro, mas a indicação de cesariana deve ser levada em consideração em casos de diagnóstico precoce”, finaliza Alexandre.