Redatora especialista na cobertura de conteúdos sobre saúde, bem-estar, maternidade, alimentação e fitness.
Ter COVID-19 mais de uma vez ou até três vezes ao ano pode virar uma realidade concreta, conforme estudo conduzido por pesquisadores da Universidade Stellenbosch, na África do Sul. Segundo os cientistas, as reinfecções podem ser mais comuns com a variante ômicron e suas novas versões.
Os pesquisadores analisaram quase três milhões de testes positivos de laboratórios registrados até janeiro deste ano. Em artigo publicado na revista científica Science, os cientistas relataram que as reinfecções eram raras com as variantes anteriores, como beta e delta.
Porém, com o surgimento da ômicron, depois de outubro de 2021, os pesquisadores observaram pacientes que tiveram até três casos de reinfecção. Segundo os autores do estudo, as múltiplas mutações na proteína spike, que gera as variações, é a culpada desse cenário.
Para a epidemiologista Juliet Pulliam, da Universidade Stellenbosch, é “provável que isso vire um padrão de longo prazo”, conforme afirmou ao The New York Times. “O vírus vai continuar a evoluir. E, provavelmente, haverá muitas pessoas que serão reinfectadas muitas vezes ao longo da vida”.
O que se sabia sobre as reinfecções até hoje?
Antes do surgimento da ômicron, os casos de reinfecção eram raros. De acordo com um estudo publicado no The Lancet, os casos poderiam acontecer após seis meses da primeira infecção devido à queda da imunidade. Porém, o estudo africano indica que as reinfecções aconteceram em intervalos de três meses.
Além disso, um estudo anterior, produzido pelo Centro de Desenvolvimento Tecnológico em Saúde (CDTS/Fiocruz), sugeriu que pessoas que desenvolveram quadros leves ou assintomáticos de COVID-19 poderiam ter uma reinfecção mais forte.
Por isso, as medidas de prevenção de quem já teve COVID-19 devem ser as mesmas de quem não foi infectado: uso de máscaras em ambientes públicos, lavar as mãos com água e sabão, uso de álcool em gel e evitar aglomerações, além, é claro, da vacinação, que pode evitar hospitalizações e mortes. Segundo o Ministério da Saúde, casos de reinfecção podem ser confirmados através do teste RT-PCR ou antígeno (teste rápido).
Leia também: Vacina contra COVID garante maior proteção aos já infectados