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Mais da metade das mães de crianças de até três anos no Brasil sente culpa, segundo a pesquisa “Parentalidade Real”, realizada pelo instituto On The Go e encomendada pela Huggies. Entre os motivos estão a sensação de acharem que poderiam fazer mais pelos filhos e a vontade de voltar à vida que tinham antes do nascimento da criança.
Entre as mães solo, a sensação de culpa é ainda mais prevalente: 65% se identificaram com esse sentimento. Já entre os pais, 41% dos entrevistados sentem culpa e que poderiam fazer mais pelos filhos.
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Outro sentimento em comum entre as mães de todas as configurações familiares apontado pelo levantamento é o de julgamento. Da amostra, 42% das mães se sentem julgadas na maternidade. Entre os pais, essa porcentagem foi de 26%.
O levantamento ouviu 1.010 mães e pais de crianças de até três anos de todo o Brasil em fevereiro deste ano. Os participantes tinham entre 25 e 40 anos e, através de uma tecnologia de conversas on-line automatizadas, tinham que concordar ou não com sentenças preestabelecidas sobre parentalidade. A margem de erro é de 3,1%.
Apoio familiar entre mães solos e casais biparentais
Ainda de acordo com a pesquisa, 43% das mães solo relataram que precisam de ajuda da família para cuidar das crianças. Além disso, 56% disseram receber algum tipo de apoio durante a gestação.
Já entre os casais biparentais, 46% afirmaram que a principal ajuda vem dos próprios parceiros. Nesse contexto, 59% das mães de todas as configurações familiares afirmaram que os parceiros estiveram presentes durante toda a gravidez.
Essa é a famosa rede de apoio, importante para os primeiros anos de vida do bebê, período em que as transformações são rápidas e que desafios, como amamentação, introdução alimentar, primeiros passos e nascimento dos dentes surgem.
“[A rede de apoio] ajuda muito para que a mãe possa estabelecer um apego mais seguro com a criança”, explicou a psicóloga Carla Guth, especializada em família e construcionismo, em entrevista prévia ao MinhaVida. “Se a mulher estiver tranquila e tiver uma rede de apoio que a ajude fisicamente e afetivamente, ela estará muito mais segura para atender às necessidades de seu bebê”, complementa.
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Educação e saúde são as principais preocupações dos pais
O estudo também levantou quais são as principais preocupações em relação aos filhos. Educação e saúde lideram o ranking, com 84% e 82% das respostas, respectivamente. Segurança e alimentação parecem em seguida, com 74% e 72%, nesta ordem.
A inclusão é outra inquietação dos pais. 73% dos participantes consideram o racismo o tema mais relevante para educação, seguido de diversidade (63%) e religião (62%).