Análise capilar: método avalia os danos profundos no cabelo

Para entender como se analisa um cabelo e sua importância para a saúde capilar, primeiro, é preciso saber que nosso cabelo é dividido em duas partes: uma externa e uma interna, sendo que cada uma delas tem sua peculiaridade, função e estruturas formadoras.

A parte externa é classificada em cutícula, cimento, medula e córtex. Já a interna é constituída, basicamente, pelo que se chama de folículo pilosebáceo. A partir daí, há subdivisões que compõem esta estrutura – a papila dérmica, o bulbo, a glândula sebácea, o músculo eretor do pelo e os vasos capilares.

Por isso, quando o cabelo tem o seu estado e a forma natural modificados por um ou mais agentes, muitas dessas vezes, estas alterações surgem no exterior da pele com irregularidades, mas que podem ter sido causadas por fatores externos ou internos. Ou simultaneamente por ambos!

Por esse motivo, é de suma relevância que se realize uma análise detalhada de vários aspectos do paciente – assim como de todos os elementos que envolvem o fio, o couro cabeludo e a haste capilar, além do bulbo capilar, pois é nele que nascem as células responsáveis pelo crescimento do cabelo.

Como é feita a análise capilar

Uma análise capilar é realizada através de aparelhos e exames específicos (tanto laboratoriais quanto clínicos), com os quais o especialista poderá detectar, avaliar e diagnosticar as inúmeras alterações, disfunções e doenças que existem, que comprometem e que afetam em vários níveis a saúde dos fios e do couro cabeludo.

Aliás, os equipamentos de análise oferecem grandes vantagens ao médico, que tem na tecnologia um forte aliado para obter respostas fidedignas e, deste modo, melhorar a indicação do tratamento para cada caso. Isso, consequentemente, facilita o acompanhamento da eficácia dos procedimentos.

Resumidamente, a análise pode ser dividida em três etapas:

• 1º - Avaliação em anamnese, onde são indagados todos os tópicos relacionados ao desenvolvimento do problema, o histórico do paciente, idade, possíveis fatores genéticos, cirurgias, doenças, grau de estresse, medicamentos, alimentação, hábitos e tudo mais que pode estar relacionado à avaliação do estado de saúde do paciente.

• 2º - Análise realizada com equipamento(s), entre eles, o tricoscópio, que identifica a causa do problema capilar ou patologia. Com aparelhos específicos, como o scanner capilar, se pode também mapear o escalpe e verificar qual a real condição do couro cabeludo e fios.

• 3º - Realização de exames laboratoriais, inclusive biópsia, de acordo com o caso apresentado, além de medidor do pH, testes tipo "pull-test", que avaliam resistência, brilho, sedosidade, porosidade, elasticidade, entre tantos outros.

Tenho observado ao longo dos anos que a maior incidência na busca por uma análise capilar no consultório é dos casos relacionados às perdas e quedas de cabelo (alopecias e eflúvios em geral). Mas há também uma grande procura por parte de pacientes pós-quimioterapia e pessoas com:

• Calvície;
• Caspa;
• Seborréia;
• Prurido;
• Quebra de fios e outras tricoses;
• Ressecamento;
• Danos químicos devido a procedimentos estéticos e medicamentos;
• Danos físicos por trações, além de má utilização de ativos e produtos.

Como os cabelos também são um reflexo da saúde do paciente, aqueles que estão doentes, normalmente, apresentam algum tipo de efeito nos fios e no couro cabeludo. Por exemplo, deficiência de ferro, ferritina, alterações na prolactina, taxas hormonais defasadas ou alteradas, problemas de tireoide, má absorção de nutrientes, perda acelerada de peso e até medicamentos de uso prolongado podem influenciar e determinar, inclusive, no tipo de tratamento e procedimentos que devem ser adotados.

Não se pode esquecer ainda que certos hábitos são prejudiciais, como exposição solar excessiva, prender ou dormir com os cabelos molhados, extensões que provocam alopecia de tração e levam a perda dos cabelos, aplicação inadequada e de produtos químicos incompatíveis, lavar os cabelos com água muito quente, usar as unhas para limpar o couro cabeludo, entre outros.

Então, em uma análise geral e profunda, cabe ao médico tricologista orientar o paciente sobre os cuidados necessários na rotina diária e quais hábitos devem ser evitados, até porque estes podem ser o agente que desencadeou o problema capilar.

Se você observar qualquer alteração no couro cabeludo e/ou nos fios, busque um profissional médico especialista, porque o problema pode ser aparentemente simples, porém também pode ter causas mais profundas e sérias. A análise capilar é, certamente, um passo fundamental para fazer o tratamento mais adequado e conquistar a saúde, a beleza e a qualidade das suas madeixas.