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Metade das unidades de saúde do mundo não possui serviços de higiene completos. O dado é do último relatório do Programa Conjunto de Monitoramento (JMP) da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), divulgado nesta terça-feira (30).
Segundo o documento, 3,85 bilhões de pessoas frequentam estabelecimentos que não possuem água e sabão ou álcool em gel nos pontos de atendimento e nos banheiros. Além disso, cerca de 688 milhões de pessoas são atendidas em unidades que não possuem serviços de higiene.
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Os dados do relatório foram coletados em 2021 em 40 países, representando 35% da população mundial. De acordo com o documento, 68% dos estabelecimentos de saúde contavam com instalações de higiene, como álcool em gel, nos pontos de atendimento, enquanto 65% tinham água e sabão nos banheiros.
Entretanto, apenas 51% dos estabelecimentos contavam com ambos os serviços - pontos de álcool em gel e água e sabão para lavagem das mãos nos banheiros -, o que é um critério estabelecido para serviços básicos de higiene. Além disso, 9% das unidades não contavam com nenhum dos dois serviços.
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Essa situação favorece o risco de infecções, já que mãos e ambientes contaminados desempenham papel significativo na transmissão de vírus e bactérias nas unidades de saúde. Ainda de acordo com a OMS, intervenções para aumentar o acesso à lavagem das mãos, com água e sabão, e a limpeza ambiental são a base dos programas de prevenção e controle de infecções.
“As instalações e práticas de higiene em ambientes de saúde não são negociáveis. A sua melhoria é essencial para recuperação, prevenção e preparação da pandemia”, defendeu a diretora do Departamento de Meio Ambiente, Mudanças Climáticas e Saúde da OMS, Maria Neira, em comunicado. “A higiene nas instalações de saúde não pode ser garantida sem aumentar os investimentos em medidas básicas, que incluem água potável, banheiros limpos e resíduos de saúde gerenciados com segurança”, completou.
“Hospitais e clínicas sem água potável e serviços básicos de higiene e saneamento são uma potencial armadilha mortal para mães, grávidas, recém-nascidos e crianças. Todos os anos, cerca de 670 mil recém-nascidos perdem a vida para a sepse. Isso é um absurdo, ainda mais porque essas mortes são evitáveis”, acrescentou Kelly Ann Naylor, diretora do Compromisso da Assembleia Mundial da Saúde para fortalecer Água, Saneamento e Ambiente (WASH) da Unicef.
Desigualdade entre os países
O relatório da OMS e da Unicef também mostrou que os países são afetados pela higiene precária de maneira desproporcional. Segundo o documento, em países da África Subsaariana, apenas 37% das instalações oferecem água e sabão nos banheiros.
Nos países menos desenvolvidos, apenas 53% dos estabelecimentos de saúde têm acesso local a uma fonte de água protegida. Para fins de comparação, o número global é de 78%, com hospitais (88%) apresentando serviços de higiene mais completos do que estabelecimentos de saúde menores (77%).
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Além disso, nos países com dados disponíveis, um em cada dez estabelecimentos de saúde globalmente não tinha serviço de saneamento. Essa proporção variou de 3% na América Latina, Caribe e leste e sudeste da Ásia a 22% na África Subsaariana.
Nos países menos desenvolvidos, apenas um em cada cinco (21%) tinha serviços de saneamento básico em estabelecimentos de saúde. Os dados do relatório ainda revelam que muitas unidades de saúde ainda carecem de limpeza ambiental básica e separação e descarte seguro de resíduos de saúde.