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Quem já ouviu falar que é preciso sorrir para a vida para que ela lhe devolva esse sorriso? Esse pensamento motivacional pode ter, de fato, um embasamento científico. Pelo menos é o que indica um novo estudo publicado na revista Nature Human Behavior.
Na pesquisa em questão, um grupo internacional de cientistas sugere que sorrir melhora o humor e o bem-estar emocional, mesmo que de forma forçada. Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores analisaram dados de 3.878 participantes em 19 países.
Um sorriso pode trazer mais felicidade: saiba mais sobre esse estudo
Os voluntários participaram de diferentes experimentos. Uma parte deles foi orientada a imitar fotos de pessoas sorrindo ou a simplesmente sorrir. Outra parte foi submetida a testes para entender se o movimento muscular inconsciente de um sorriso também traz efeitos emocionais.
Por exemplo, os voluntários, sem saber, forçam um sorriso ao morder um lápis ou fazem uma cara triste tentando segurá-lo com os lábios, um gesto que os obriga a franzir a testa - um movimento que também ocorre com o sorriso.
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Os autores da pesquisa constataram que, tanto quem imitava os sorrisos nas fotos quanto quem os forçava de maneira voluntária notou um certo aumento na sensação de felicidade. Por outro lado, aqueles que sorriram com a ajuda do lápis não experimentaram essa emoção.
Segundo José Antonio Hinojosa, professor da Universidade Complutense de Madri e coautor do estudo, esses resultados mostram que “para ter esse efeito de nos fazer felizes porque geramos um sorriso, precisamos estar atentos ao sorriso”.
O sorriso faz de você mais feliz? A ciência explica!
Essa hipótese de que sorrir de fato intensifica o bom humor não é, necessariamente, uma novidade. Há séculos essa teoria é estudada. Por exemplo, Charles Darwin já havia sugerido, em 1872, que a expressão externa de uma emoção (como sorrir ou chorar) intensifica essa sensação em nossas mentes, o que é chamado de “feedback facial”.
Mas o que isso quer dizer na prática? Nós sorrimos e ficamos felizes posteriormente, assim como ficamos tristes após chorar (e não o contrário). Os autores do novo estudo confirmam que essa hipótese faz sentido, mas também acreditam que o inverso (sorrir porque se está feliz e chorar porque se está triste) também acontece.
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Nicholas Coles, principal autor do estudo, acredita que a pesquisa é essencial para obter uma compreensão profunda da natureza emocional dos humanos. O pesquisador também afirma que é preciso avançar com os estudos para que seja possível administrar as emoções da maneira certa.