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Os aromatizantes são substâncias com propriedades odoríferas usadas para conferir ou intensificar o sabor dos alimentos. Por trazerem mais palatividade e aroma, eles tornam a receita mais saborosa e atrativa — já que os processos industriais podem comprometer boa parte do sabor original.
Uma vez que são extraídos de matérias-primas naturais, os aromatizantes naturais são vendidos como alternativas mais saudáveis àqueles modificados quimicamente. Mas será que eles são realmente naturais?
Para avaliar a composição dos aromatizantes, é importante entender que eles são classificados de três maneiras, conforme as normas da FAO (comitê das Nações Unidas) e da OMS (Organização Mundial da Saúde). Segundo a nutricionista funcional Cris Ribas Flores, são eles:
- Naturais: são extraídos de matérias-primas naturais mediante o emprego de métodos exclusivamente físicos, microbiológicos ou enzimáticos. Um exemplo é a vanilina, obtida de sementes de baunilha;
- Idênticos aos naturais: são aqueles em que a molécula do aroma é sintetizada quimicamente em laboratório ou em plantas industriais para serem idênticas às naturais. Como exemplo, a vanilina pode ser sintetizada dessa maneira em vez de ser extraída das sementes de baunilha.
- Sintéticos ou superficiais: são considerados artificiais os aromas quese são modificados quimicamente em laboratório, visando melhorá-los, como a etilvanilina, sintetizada a partir da vanilina, com potência de quatro a cinco vezes maior.
Os aromatizantes naturais são os mais caros de se obter. Apesar disso, de acordo com a nutricionista Gisele Haiek, eles não são classificados como 100% puros.
Os aromatizantes naturais são mesmo naturais?
A resposta é não. Somente alimentos em sua forma in natura, com seus respectivos sabores e aromas originais, são considerados 100% puros. Ao contrário de produtos industrializados, eles são metabolizados com maior facilidade e eficiência pelo organismo, não oferecendo risco de intoxicação ou alergia.
De acordo com Gisele, para serem obtidos, os aromatizantes naturais necessitam do uso de aditivos e técnicas de extração industriais — como antioxidantes, por exemplo, para manter os elementos estáveis durante toda a validade de consumo. Mesmo que o residual destas substâncias ao final do processo seja baixo, a especialista explica que eles não são classificados como totalmente puros.
Além disso, ressalta-se que não existem aromatizantes 100% puros e sem a adição de outras substâncias. Conforme acrescenta Gisele, não seria possível a extração desses compostos, bem como a sua conservação para emprego em produtos industrializados com validade longa nas prateleiras.
Como saber se o aromatizante é natural?
Para identificar se um produto é natural ou não, o rótulo deve conter informações claras sobre a composição. Um aromatizante natural deverá especificar “contém aromatizante natural” e a lista de ingredientes deverá incluir “sabor natural de…”. No caso de aromatizantes artificiais, deverá constar “contém aromatizante artificial”, enquanto na lista de ingredientes deverá incluir “sabor artificial de…”.
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Aromatizantes naturais são opções mais saudáveis de uso?
Embora sejam obtidos através da manipulação industrial, Cris e Gisele afirmam que os aromatizantes naturais ainda são opções mais benéficas à saúde em comparação aos aromatizantes sintéticos, porque a origem da matéria-prima para a extração destes aromas é natural.
No caso dos aromatizantes sintéticos, Gisele explica que eles são obtidos através de compostos químicos que os tornam quase idênticos aos aromas naturais. Esses compostos não são encontrados na natureza.
“Um único aromatizante artificial pode ser uma combinação de vários produtos químicos, muitos dos quais são derivados de petróleo, podendo causar problemas como coceiras, alergias e tonturas em alguns indivíduos. Alguns aromas artificiais podem também afetar o RNA, a tireoide e os níveis da enzima no sangue”, aponta Cris.
Apesar disso, ressalta-se que não existem estudos ou embasamento da literatura científica que apontem o aromatizante sintético como nocivo. A única restrição envolve consumidores que sejam alérgicos, imunodeprimidos ou que apresentem o sistema imunológico fragilizado. Nesses casos, o ideal é evitar o uso de qualquer produto com substâncias químicas.
Cuidados com o consumo de produtos processados
O termo natural pode oferecer uma conotação positiva ao consumidor, mas nutricionistas são unânimes ao afirmarem que uma alimentação saudável e equilibrada deve ser pautada em uma dieta in natura. Ou seja, a partir do consumo de pratos preparados e consumidos frescos, tais como frutas, legumes, oleaginosas, cereais e algas marinhas.
Ainda que seja impossível evitar completamente os alimentos processados, é possível diminuir o consumo de alguns produtos em diversos momentos do dia, substituindo sucos de caixinha e refrigerantes por sucos naturais ou água, por exemplo. No café da manhã, os biscoitos e massas podem ser substituídos por frutas e grãos in natura.
Além de promover a melhor absorção de nutrientes, esses alimentos promovem melhor funcionamento do intestino, mais disposição e energia e ajudam a fortalecer o sistema imunológico.
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