Médico endocrinologista graduado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, com residência em Endocrinologia no Instit...
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O índice de massa corporal (IMC) ainda é muito utilizado como medida para estimar o estado de saúde nutricional de uma pessoa, com base em seu peso e altura. Mas, embora possa servir de parâmetro em uma consulta, ele é extremamente limitado quando se trata de prever a condição real da saúde de alguém — uma vez que não leva em conta uma série de variáveis que podem ser mais úteis e confiáveis para um diagnóstico.
Segundo o endocrinologista Roberto Zagury, membro da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, em artigo para o MinhaVida, o IMC nem sempre representa a realidade de uma pessoa, já que não leva em consideração a composição do peso corporal.
“É importante lembrar que a massa corporal é formada por água, gordura, músculos e ossos, e tudo isso precisa ser bem avaliado para medir a saúde de alguém corretamente”, explica o especialista.
No caso de uma pessoa halterofilista, por exemplo, o IMC será muito alto, mas isso não reflete em obesidade, já que a maior parte de sua massa corporal é formada por musculatura, que é mais pesada que a gordura.
Portanto, separamos três parâmetros que podem prever melhor o seu condicionamento físico e saúde nutricional do que o IMC. Conheça cada um a seguir:
1 - Porcentagem de gordura corporal
O percentual de gordura é um indicador muito mais confiável e útil para tirar conclusões sobre a saúde de uma pessoa. Idade, genética e sexo podem influenciar no percentual de gordura corporal de alguém. Então, dependendo dessas variáveis, o que pode ser ideal para uma pessoa, pode não ser para outra.
Embora a maneira mais rápida de medir o percentual de gordura corporal seja através de balanças de bioimpedância, estas nem sempre são totalmente precisas e confiáveis. Portanto, o ideal é conferir estes índices com um nutricionista que possua um lipocalibrador ou um paquímetro.
2 - Relação cintura-quadril e relação cintura-altura
A relação cintura-quadril é uma relação antropométrica que analisa as circunferências da cintura e do quadril para estimar o nível de gordura, especificamente intra-abdominal, de uma pessoa. Esta é uma das medidas mais preditivas quando se trata de estimar o risco de doenças cardiovasculares e coronarianas.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera proporções normais de 0,71 a 0,84 em mulheres e 0,78 a 0,94 em homens. Para números acima desses valores, há um maior risco de desenvolvimento de doenças causadas por acúmulo de gordura.
O índice cintura-altura também é uma relação antropométrica que, nos últimos anos, tem se tornado uma alternativa ao método anterior, ou até mesmo um complemento dele. Neste caso, o risco de doenças aumenta a partir de uma relação maior que 0,5.
3 - Força de preensão manual
A força de preensão manual (FPM) tem se estabelecido nos últimos anos como um parâmetro confiável ao estimar, por associação, o grau de independência e autonomia que uma pessoa idosa terá.
Uma maior força de preensão, medida pelo dinamômetro, está associada a uma maior porcentagem de massa muscular — e esta, por sua vez, está relacionada a uma maior densidade mineral óssea, cognição e mobilidade.