Nutricionista, preceptora da UNINASSAU Recife, graduada pela Unibra, pós-graduada em Obesidade e Emagrecimento pela Pró-...
iRedatora especialista na cobertura de conteúdos sobre saúde, bem-estar, maternidade, alimentação e fitness.
Perder peso ou ter um estilo de vida mais saudável quase sempre estão entre as metas estabelecidas no começo do ano. Mas para que essa resolução seja de fato cumprida, é preciso se manter firme no processo e saber usar as estratégias certas. A dieta é uma delas e existe um tipo que, segundo a ciência, é o mais eficaz para o emagrecimento: a dieta mediterrânea.
Conhecida por ser um dos padrões alimentares mais saudáveis do mundo, a dieta mediterrânea é caracterizada pelo consumo de alimentos ricos em fibras, vitaminas, proteínas e minerais e, principalmente, gorduras boas, excluindo produtos industrializados. Entre os alimentos que fazem parte dessa alimentação estão peixes, azeite de oliva, oleaginosas, frutas, legumes, grãos integrais, leguminosas, vinho tinto, queijos e iogurtes.
Um novo estudo, publicado no jornal científico Clinical Nutrition ESPEN (European Society for Clinical Nutrition and Metabolism), mostrou que a dieta mediterrânea pode ser a mais eficaz para a perda de peso e para sua manutenção a longo prazo. O trabalho buscou comparar os efeitos dessa dieta a outras quatro estratégias que envolviam o jejum intermitente.
Leia mais: Cardápio de um dia da dieta mediterrânea
Os pesquisadores, então, recrutaram 360 pessoas, com idades entre 18 e 65 anos, que estavam em sobrepeso ou eram obesas. Por meio de entrevistas, os participantes relataram seus níveis de atividade física, seus hábitos alimentares e suas medidas antropométricas.
Eles foram acompanhados durante 13 semanas e foram divididos em cinco grupos, de forma aleatória, de acordo com a dieta que deveriam seguir no período: dieta mediterrânea; uma semana de dieta seguida por uma semana de folga; jejum intermitente de 18 horas; jejum intermitente de 16 horas e jejum 5:2 (dois dias de ingestão de calorias muito baixas e cinco dias de manutenção).
Os resultados do estudo mostram que os efeitos das cinco dietas na medida antropométrica foram os mesmos. Porém, o que ficou claro é que, a longo prazo, a dieta mediterrânea é a mais eficaz para um emagrecimento saudável.
Benefícios da dieta mediterrânea e sua eficácia no emagrecimento
A dieta mediterrânea já é conhecida pelos seus inúmeros benefícios para a saúde: melhora a saúde cardiovascular, reduzindo o risco de doenças como hipertensão, infartos e AVC, previne o diabetes, protege a cognição, reduz o risco de câncer e melhora a saúde intestinal.
“Por ter uma base alimentar anti-inflamatória, a dieta mediterrânea auxilia no combate à obesidade e evita problemas como artrite e artrose, além de doenças cardiovasculares”, acrescenta Flávia Ribeiro, nutricionista e professora do curso de Nutrição da UNINASSAU (Centro Universitário Maurício de Nassau), em Recife. É justamente por isso que a dieta é eficaz na perda de peso, enquanto oferece uma série de nutrientes importantes para o bom funcionamento do organismo, segundo a especialista.
E o jejum intermitente?
O jejum intermitente é famoso por ser um método de emagrecimento eficaz, mas a curto prazo. Isso porque ele estimula o corpo a utilizar os estoques de gordura, fazendo com que a perda de peso aconteça.
“O jejum intermitente veio, a princípio, da cultura oriental, em que há os jejuns religiosos. Percebeu-se, então, que as pessoas, após o jejum, perdiam bastante peso e, com isso, reduziam os níveis de colesterol e triglicerídeos, bem como diminuíam a taxa de glicose no sangue”, explica Flávia.
Saiba mais: 4 erros mais comuns de quem faz jejum intermitente
Porém, apesar de considerar um ótimo protocolo para emagrecimento, a nutricionista alerta que o jejum intermitente não é para todos. “Tem que ser muito bem pensado e planejado, pois, se as quebras do jejum não forem bem realizadas, não trará benefícios, podendo até ser prejudicial para a saúde”, alerta.
Isso acontece porque a adaptação ao jejum intermitente pode ser difícil. Além disso, ao final do período da dieta, existe a chance de a pessoa consumir uma alta quantidade de calorias e alimentos não saudáveis após tanto tempo de restrição alimentar, podendo levar ao temido “efeito sanfona”. É por isso que o jejum intermitente é considerado, pelo estudo, eficaz a curto prazo, mas não a longo prazo.
“Meu conselho para quem deseja realizar o jejum intermitente é buscar um nutricionista para que ele possa entender a situação do paciente e, depois, indicar como ele pode fazer a dieta, as janelas de intervalo e como quebrar esse jejum de maneira benéfica”, finaliza Flávia.