Professor do IBMR; Doutor em Ciências; Mestre em Enfermagem; Especialista em enfermagem oncológica; Especialista em Saúd...
iRedatora entusiasta de beleza e nutrição, autora de reportagens sobre alimentação, receitas saudáveis e cuidados pessoais.
iA gelotologia, também chamada de risologia, é a ciência que estuda o riso, o humor e a felicidade. A área de estudo trabalha com as respostas hormonais, fisiológicas e psicológicas de cada pessoa tendo a risada como mecanismo de observação. Ainda, pode ser considerada um método terapêutico que usa o riso como parte do tratamento.
Para Allan Mazzone, pesquisador da gelotologia e especialista em saúde mental e desenvolvimento humano, a risada é mais que uma resposta neurológica, ela é uma facilitadora do contato humano. “Sua função é, justamente, equilibrar o cérebro, os hormônios e o organismo, especialmente em situações estressantes”, explica.
Importância da gelotologia
O maior ganho do uso dessa ciência é, justamente, ter uma ferramenta a mais para trabalhar com condições como depressão e ansiedade.
“Se as pessoas descobrissem que é mais fácil você sentar numa roda de amigos e tentar falar só ‘besteiras’ e rir, em vez de falar de problemas, você não precisaria de uma cerveja ou de um antidepressivo, essa seria a terapia fundamental a se fazer, pelo menos, de duas a três vezes por semana”.
Ou seja, rir é o remédio! Quando rimos, há a liberação dos hormônios como dopamina e serotonina, relacionados ao prazer e à felicidade, e endorfina, que reduz a sensação de dor.
No momento do riso, aumentam-se ainda a frequência cardíaca, o relaxamento da musculatura e até das artérias. “Quando você para de rir, a tensão arterial diminui e você tem mais disposição, alegria e melhor resposta neurológica por ter oxigenado melhor seu cérebro.”
Benefícios de dar risada
O riso e o bom-humor nos fazem enxergar a vida de outra maneira. “Com eles, você vai ter expectativa de vida mais positiva, um melhor contato com outras pessoas. Elas vão se aproximar de você e querer te conhecer melhor porque você vai ser um gerador de prazer”, explica o especialista.
Amanda Amude, psicóloga com foco no desenvolvimento do bem-estar, aponta ainda que, além de aliviar a tensão e favorecer as interações sociais, o riso é essencial à sobrevivência, pois serve para aplacar a raiva e liberar emoções como medo e angústia.
“O humor nos permite rir em algumas situações que, se não pudéssemos rir, teríamos entrado em conflito ou morrido. O humor é a única forma que nosso cérebro encontra para lidar com diversas informações contraditórias ao mesmo tempo; é como se o riso funcionasse como caminho para chegarmos à solução inédita dos impasses”.
Segundo ela, a risada nos torna seres mais positivos e amáveis, podendo ter uma função de “espelhar risadas”: se alguém começa a rir, as pessoas à sua volta também darão risada.
“Além dessa função espelhada, nosso cérebro está biologicamente preparado para favorecer a interação, a empatia e ainda demonstra uma tendência inata para mostrar e receber emoções positivas”.
Por que rimos de nervoso?
A famosa expressão “rindo de nervoso” não é só “meme”. Se você já segurou a risada em um momento inadequado, provavelmente já percebeu que quanto mais tensa a situação, mais é difícil de conter o riso. “Algumas pessoas vão, em uma situação constrangedora, por exemplo, travar. Tem pessoas que vão entrar em transe e aqueles que vão começar a rir de nervoso”, explica Allan.
Assim, a risada pode ser tanto uma resposta de relaxamento da divisão frente ao bom-humor quanto uma resposta instintiva de defesa frente ao estresse. O riso nervoso, por sua vez, acontece de maneira involuntária e é comum em vivências constrangedoras e conflituosas.
“Numa tentativa desesperada para descarregar a tensão acumulada, o corpo faz com que você dê risada e, assim, sinta que tudo está sob controle, na medida em que dissipa essa tensão por meio de uma reação concebida como positiva”, finaliza Amanda.