5 padrões negativos de comportamento que as pessoas insistem em repetir

Todos nós temos uma rotina de comportamento. E tudo bem com isso! O problema surge quando isso se torna padrões negativos de comportamento. Para a psiquiatra Danielle Admoni, esses padrões são um acúmulo de insucessos, em que a pessoa acaba acreditando que as coisas sempre vão dar errado, caindo em um círculo vicioso. Ou seja, acha que vai ser ruim, insiste nas escolhas erradas e o resultado (sempre o mesmo) não é bom. 

“Os impactos desse círculo mostram que a pessoa acaba ficando sem perspectiva e sem iniciativa de fazer uma coisa diferente ou de buscar outros caminhos. Isso ocorre, justamente, por ela achar que esse é o único caminho e resultado possível, quando, na verdade, isso é o resultado de um padrão negativo e, com consequência, um resultado negativo”, explica. 

Se identificou com a situação? Descubra o que talvez te induza a seguir pelo caminho mais sinuoso com alguns exemplos de padrões negativos de comportamento e como melhorá-los:

1. Ter o “dedo podre”

Com certeza você já ouviu essa expressão de alguém que coleciona frustrações amorosas, por exemplo, ao atrair relacionamentos destrutivos, tóxicos e de sofrimento. Para a psicóloga Marcia Dolores Resende, essa insistência por amores desastrosos pode ser reflexo do que se vivenciou em casa, com seu subconsciente entendendo que isso é normal. Mas não é.

“Em vez de refletir e tentar entender por que a pessoa só se envolve em relações já destinadas ao fracasso, ela joga a culpa na falta de sorte. Se persistir nesta postura, a pessoa vai se enfraquecendo emocionalmente e não consegue mais se libertar dos relacionamentos tóxicos. Daí a importância de buscar respostas para este comportamento”, explica. 

2. Enxergar situações em extremos

Enxergar situações em extremos é como ver tudo ou nada, ou até mesmo partir para a generalização. Pessoas que tendem a olhar as situações dessa maneira, principalmente quando ocorre uma coisa ruim, estão dispostas a achar que o ruim sempre irá acontecer, o que leva ao círculo vicioso com resultados ruins.

"Ao acreditar que as coisas vão dar errado, sem ao menos se estruturar ou basear em algo, as coisas realmente dão errado. Isso acaba atrapalhando bastante a vida, até porque, muitas vezes, você acaba fazendo do jeito errado e sempre precisa refazer”, explica Danielle. 

3. Trabalhar com “achismo”

Frequentemente em pessoas indecisas, achar que vai acontecer algo, sem antes ter um fato real, é muito comum e pode se transformar em uma verdade absoluta ou até mesmo em uma catastrofização. Trabalhar com achismo é também atrair o que você pensa/fala, e não o que realmente almeja.

“Se algo ruim acontecer, não tem o que fazer, acontecer. Mas, enquanto você fica acreditando que algo ruim pode acontecer, meio que acontece”, explica a psiquiatra.

4. Pensar com o coração e não com a razão

Quando se fala em relações amorosas, é impossível não se lembrar desse padrão negativo, que normalmente está atrelado a decisões infelizes tomadas apenas com base nos sentimentos. Não é errado usar as emoções para tomar decisões, mas é preciso, também, tomar decisões mais lógicas. Ou seja, uma questão de equilíbrio.

5. Desqualificar o positivo

A pessoa que desqualifica o positivo costuma não dar valor às próprias ações e também às dos outros. Não valorizar o que o outro fez, as coisas boas que aconteceram consigo, procurar o fracasso e não o sucesso são algumas das características comuns nesse padrão negativo de comportamento.

Para a psiquiatra, esse comportamento é “como se fosse uma teoria na sua mente que não é baseada em nada”, diz. 

Como melhorar esses comportamentos?

Pensar no que você está repetindo para chegar sempre no mesmo resultado é o primeiro passo. Solucionar os padrões negativos de comportamento é muito mais que apenas olhar para trás e entender o que está acontecendo, é também uma questão de autoconhecimento.

“É importante refletir sobre o que você quer da sua vida, de que maneira você irá fazer as coisas, qual o seu objetivo e o melhor caminho para alcançá-lo”, aconselha.

Danielle ainda diz que não é fácil e que acabar com esse padrão não é uma coisa tão óbvia, até porque, se fosse, todo mundo faria. Se você entende que segue repetindo padrões como esse, o processo de psicoterapia pode ser útil.