Fisioterapeuta dermatofuncional e pélvica, é graduada em fisioterapia pela Universidade Anhembi Morumbi, pós-graduada em...
iMuitos pensam que a fisioterapia pélvica durante a gravidez só é indicada para aquelas que buscam o parto normal. Mas isso é um equívoco: o atendimento também fornece suporte para diversas outras questões, como diástase abdominal, orientações sobre exercícios físicos e postura no dia a dia, e cabe ao fisioterapeuta proporcionar uma atenção geral à paciente.
Podemos começar entendendo o papel da fisioterapia pélvica na diástase abdominal, que é o afastamento da musculatura reto abdominal. Essa questão pode resultar em dores ao redor da cicatriz umbilical e até mesmo evoluir para hérnia local.
Quando pensamos nos exercícios físicos e postura do dia a dia, é essencial compreender a rotina da grávida: saber como ela trabalha e o que ela deve fazer para melhorar o seu desempenho muscular, por exemplo.
Pensando no assoalho pélvico, eu costumo dizer que temos um mundo paralelo na região íntima da mulher.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Urologia, a incontinência urinária afeta cerca de 35% das mulheres com mais de 40 anos e após a menopausa e cerca de 40% das gestantes.
É um número muito alto e pouco discutido em relação a formas de tratamento.
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Outro dado importante encontrado na Revista Brasileira de Coloproctologia é que uma em cada quatro grávidas apresenta constipação intestinal e a fisioterapia pélvica pode auxiliar significativamente nesses pontos.
Também é importante abordar as disfunções sexuais femininas (DSF). De acordo com a Revista Brasileira de Ciências em Saúde, durante a gestação, mais de 40% das mulheres podem apresentar DSF.
Quando uma gestante faz fisioterapia pélvica, ela recebe orientações sobre toda a musculatura do assoalho pélvico, proporcionando mais qualidade ao períneo, melhor conscientização da força durante um trabalho de parto normal e possivelmente uma redução de problemas futuros.
Quando começar
Percebe-se que, entre os profissionais de saúde, há divergências de opiniões quanto ao momento de início. Alguns indicam o início a partir da 14ª semana, enquanto outros sugerem a partir da 20ª semana. Há médicos que recomendam a partir da 22ª semana ou até mesmo da 36ª semana de gestação.
Deixo aqui a minha recomendação: a partir do momento em que a mulher descobre que está grávida, considero importante que busque a primeira consulta. Na ocasião, será possível avaliar o corpo no início da gestação antes de ocorrerem todas as alterações e, com base nisso, será definida a necessidade de consultas.
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