O ginecologista Patrick Bellelis tem ampla experiência na área de Cirurgia Ginecológica Minimamente Invasiva, atuando pr...
iRedatora especialista na cobertura de conteúdos sobre saúde, bem-estar, maternidade, alimentação e fitness.
Alterações hormonais que provocam efeitos no organismo fazem parte do ciclo menstrual e ocorrem de acordo com cada fase do processo, que se inicia no primeiro dia da menstruação e se encerra com o começo da próxima.
Período fértil, mudanças de humor, TPM e muito mais fazem parte desse ciclo. Quer entender mais? Com a ajuda do ginecologista e obstetra Patrick Bellelis, o MinhaVida explica o que acontece no corpo em cada uma dessas fases. Confira!
Menstruação e o início do ciclo menstrual
O ciclo menstrual do corpo com útero se inicia no primeiro dia da menstruação. É nesse momento que ocorre uma maior produção de estrogênio pelo ovário, enquanto os níveis de progesterona diminuem.
Esses são os dois principais hormônios que atuam nas diversas fases desse ciclo e são muito importantes para regulá-lo. “Baixos níveis de progesterona causam a menstruação e, aos poucos, vai havendo o aumento do estrogênio, até que se chegue ao pico”, explica Patrick.
Leia mais: Menstruação atrasada: 5 fatores que prejudicam o ciclo menstrual
Essa fase inicial do ciclo menstrual se chama fase folicular, pois é o período em que os folículos ovarianos crescem e começam a preparar o corpo para uma possível gravidez. A etapa costuma durar entre 12 e 16 dias, normalmente, mas a duração pode variar de acordo com cada pessoa.
Período fértil, maior ovulação e aumento no desejo sexual
Depois dessa etapa, a produção de estrogênio chega ao seu nível máximo, o que coincide com o pico da produção do LH (hormônio luteinizante). Esse hormônio atua no rompimento dos folículos ovarianos, o que leva à ovulação. A partir disso, começa uma nova fase do ciclo menstrual: a proliferativa.
“Essa segunda fase sempre dura 14 dias, completando os 28 dias que, geralmente, representam a duração do ciclo menstrual”, explica o ginecologista. “Algumas pessoas têm ciclos menores, de 20 dias, e outras de 40 dias. O que muda é a duração da primeira fase. A fase proliferativa é sempre de 14 dias”, completa.
Nesta etapa também ocorre o período fértil, que é quando há a maior chance de uma gravidez acontecer. “Costumamos dizer que esse período está entre as 24 horas antes e 24 horas após a ovulação. É o período recomendado para que se tenha uma relação sexual querendo engravidar”, afirma Patrick.
Saiba mais: Teste de ovulação: para que serve e como fazer
Inclusive, nesse momento é possível notar um aumento do desejo sexual e isso está relacionado à maior produção de testosterona. Esse é um hormônio liberado pelos ovários quando estimulados pelo LH.
Queda no estrogênio e início da TPM
Nessa segunda fase do ciclo menstrual, após a ovulação, começa um processo de inversão: os níveis de estrogênio, que estavam altos, começam a ser reduzidos, enquanto há o aumento no nível de progesterona.
Assim, começam a surgir alguns sintomas desconfortáveis, como inchaço, dores musculares e nas mamas, desconforto abdominal, alteração no hábito intestinal (intestino preso ou solto), dor de cabeça, tontura, aumento da oleosidade no cabelo e na pele.
A alteração hormonal também leva aos sintomas de tensão pré-menstrual (TPM), que estão relacionados à mudança de humor. Os sinais mais perceptíveis são dificuldade para dormir, irritabilidade, tensão, dificuldade de concentração e de memória, acessos de raiva, maior sensibilidade, aumento de apetite, entre outros.
Leia mais: Tratamentos para TPM: entenda como aliviar os sintomas
“A TPM pode variar muito de uma pessoa para outra. Algumas têm sintomas mais intensos e outras, menos, quase que imperceptíveis”, explica Patrick. Por isso, o tratamento para esses sintomas pode variar de acordo com cada quadro.
“Podem ser usados tratamentos hormonais, tratamentos com antidepressivos e até analgésicos e anti-inflamatórios”, orienta o ginecologista. Vale lembrar que a melhor recomendação é aquela que o seu médico de confiança apresenta durante a consulta.
Além disso, é válido apostar em hábitos mais saudáveis durante essa etapa (mesmo que a vontade de comer doce ou comidas gordurosas aumente). É o caso de investir em alimentos ricos em cálcio (como leite, soja, couve e brócolis) e magnésio (como abacate, leguminosas, peixes e amêndoas), que ajudam no controle dos sintomas, além de praticar atividade física e evitar álcool, açúcar e cafeína.