Doutor em Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás (2008), possui graduação em Psicologia pela mesma in...
iRedatora de saúde e bem-estar, autora de reportagens sobre alimentação, família e estilo de vida.
Gravar, editar e produzir um conteúdo são tarefas praticamente diárias para um produtor de conteúdo digital. Mesmo após horas de dedicação, o conteúdo publicado pode não corresponder às expectativas do público e render comentários negativos, atraindo os chamados haters.
Lidar com a saúde mental de criadores de conteúdo não é tarefa fácil, já que, no mundo dos “influencers” e das redes sociais, pode ser difícil separar o que é vida real e o que foi construído apenas na internet. Nesse aspecto, os ataques on-line podem gerar danos à saúde física e mental, com o aumento da ansiedade, estresse e isolamento social, como explica o psicólogo Danilo Suassuna.
“O mais complicado ao meu ver é a questão da ansiedade, que vai gerar um estágio de hipervigilância, de estar toda hora olhando, atualizando e atualizando para saber se tem alguma coisa, alguma crítica, algum julgamento negativo”, indica.
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O especialista também pontua que, além das críticas, a grande exposição pode provocar uma distorção de imagem no influenciador digital, que pode começar a busca por um padrão inalcançável. “As plataformas hoje são muito mais visuais do que escritas. Então, se a pessoa coloca o seu corpo, sua imagem, vai gerar um desgaste na autoestima e na imagem corporal”, informa Danilo.
O papel das redes sociais na saúde mental
Além da conscientização do público a respeito das questões de saúde mental na internet, as plataformas também possuem certa responsabilidade pela navegação de seus usuários. Com isso, algumas empresas têm investido em campanhas e serviços que ajudam a garantir um ambiente saudável aos seus criadores.
Um exemplo é a rede social de vídeos curtos TikTok que, em parceria com o Instituto Vita Alere, referência no campo da saúde mental e psicologia, lançou no Brasil a Rede de Saúde Mental. O projeto busca incentivar a discussão sobre saúde mental com a produção de conteúdos semanais com a hashtags #SaudeMental e #RedeSaudeMental.
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A plataforma ainda criou o chamado Time de Confiança e Segurança, que observa as atividades dos seus usuários e garante que os conteúdos estejam de acordo com as diretrizes da plataforma, além de oferecer ferramentas de moderação de comentários, alertas de conteúdos sensíveis e controles de privacidade.
No mundo fora das telas, a plataforma irá promover encontros com criadores, psicólogos e organizações especializadas para ampliar a conversa sobre bem-estar e saúde mental.
“[É preciso] dar ao usuário mais controle sobre o que a gente vê e sobre como interage na plataforma. Mas eu acho que tudo isso perpassa pela saúde mental da população. Porque, muitas vezes, quando os haters são colocados diante das pessoas que eles falam mal, eles não dão conta de falar aquilo que estavam falando nas redes sociais”, analisa Suassuna.