Graduado em Medicina pela FMABC EM 1999. Residência médica em Cirurgia do Aparelho Digestivo pela Real e Benemérita Soci...
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Azia, indigestão, dor abdominal, sensação de barriga estufada, perda de apetite e dor de estômago. Esses são alguns dos sinais característicos de gastrite, uma doença comum que afeta cerca de 70% da população brasileira, de acordo com a Federação Brasileira de Gastroenterologia. Mas, afinal, o que é gastrite?
A gastrite é a inflamação da mucosa gástrica, ou seja, da parede interna que reveste o estômago e que protege o órgão contra ácidos presentes nos alimentos. Os sintomas da gastrite podem incluir, ainda, dor na “boca do estômago”, náuseas e vômitos e, em casos mais graves, vômitos com sangue.
O diagnóstico da doença é feito através da avaliação dos sintomas e de exames como endoscopia, raio X do trato gastrointestinal e exame de sangue. Por isso, ao notar algum desses sintomas, é fundamental buscar ajuda médica para iniciar o tratamento adequado.
Além disso, é importante entender quais são as causas da gastrite e como evitar essa doença. É sobre isso que vamos falar a seguir. Acompanhe!
Principais fatores de risco para o desenvolvimento de gastrite
A gastrite é desenvolvida devido à fraqueza da barreira mucosa do estômago, o que faz com que os sucos digestivos provoquem danos ao tecido que reveste o órgão. Mas como isso acontece? Alguns fatores de risco estão associados ao surgimento da inflamação. São eles:
Contaminação por H. pylori
Uma das formas mais comuns de gastrite é a causada pela presença de uma bactéria chamada Helicobacter pylori (conhecida popularmente como H. pylori). A contaminação por esse micro-organismo acontece através da ingestão de alimentos contaminados mal lavados ou mal cozidos.
“Essa bactéria é detectada através da endoscopia e deve ser tratada para que se evite o agravamento do quadro de gastrite e o desenvolvimento de uma úlcera”, afirma Eduardo Grecco, gastrocirurgião e endoscopista do Instituto EndoVitta.
A contaminação por H. pylori é uma das principais causas de gastrite crônica, quando a inflamação da mucosa gástrica se estende por longos períodos, como meses e anos. Mas também pode estar relacionada à gastrite enantematosa, caracterizada por uma lesão leve na parede do estômago.
Saiba mais sobre o que é gastrite crônica e gastrite enantematosa!
Estresse
Você sabe o que é gastrite nervosa? Esse é um tipo de gastrite relacionada ao emocional e, principalmente, ao estresse. “A irritabilidade leva a uma hipersecreção gástrica, o que pode levar ao desenvolvimento de gastrite”, explica Eduardo.
Além disso, o estresse e a correria do dia a dia pode levar à falta de rotina e desorganização com a alimentação. “Falta de horários certos para as refeições, a ausência de café da manhã, a má alimentação… Tudo isso pode levar a esse quadro da inflamação do estômago e à gastrite nervosa”, completa o gastrocirurgião.
Uso de anti-inflamatórios
O uso de determinadas medicações também pode levar à inflamação da mucosa gástrica, principalmente os anti-inflamatórios. “Esse tipo de medicamento tem uma ação que agride diretamente a mucosa por uma série de alterações enzimáticas que afetam as células do estômago. O anti-inflamatório atua para diminuir a dor do paciente, mas, por outro lado, é um intenso irritante gástrico”, esclarece Eduardo.
Por isso, é muito comum que pacientes que fazem tratamentos com anti-inflamatório de maneira frequente desenvolvam gastrite e úlceras. “É importante que esses pacientes que tratam condições na coluna, no joelho e outras doenças estejam atentos a utilizarem, junto com o anti-inflamatório, medicações chamadas de inibidores de bomba de prótons, que evitam o desenvolvimento de úlceras”, afirma o especialista.
Má alimentação
A alimentação também pode ser um fator causador de gastrite, principalmente quando é rica em alimentos que irritam a mucosa gástrica. É o caso do excesso de café, chocolate, embutidos, álcool, frituras e alimentos extremamente condimentados e gordurosos.
Então, o que é bom para gastrite entre os alimentos? “Frutas, verduras, frango e peixe grelhados”, elenca Eduardo. “É importante evitar o consumo de carne vermelha, que tem digestão mais difícil, evitar refrigerantes e álcool. Uma alimentação extremamente saudável vai ser, nesse momento, fundamental para o paciente tratar a sua gastrite, juntamente com as medicações”, finaliza o especialista.