Aterosclerose: o que é? Pode ser evitada?

Você já ouviu falar em aterosclerose? A doença é caracterizada pelo acúmulo de placas de gordura (lipídios) nas paredes arteriais. Isso provoca a obstrução das artérias, o que restringe o fluxo sanguíneo e pode levar a graves complicações de saúde, como infarto e acidente vascular cerebral (AVC).  

A aterosclerose pode acometer simultaneamente diversas partes do corpo, e as manifestações dependem da localização da artéria afetada. Normalmente, ela se desenvolve ao longo de muitos anos sem provocar sintomas, mas, à medida que as placas de gordura crescem, podem restringir o fluxo sanguíneo, causando sintomas como dor no peito, falta de ar e dores nas pernas. 

Diversos fatores podem guiar para o desenvolvimento de aterosclerose, em especial os externos, como tabagismo, comportamento sedentário e alimentação inadequada. Nesse contexto, a prevenção é uma das maneiras mais efetivas para o controle de doenças cardiovasculares e seus fatores de risco. 

O que causa a aterosclerose? 

Antes de definir os fatores para o desenvolvimento de placas de gordura nas artérias, é importante apontar os principais elementos que aparecem no lipidograma, exame que verifica a quantidade de lipídios no organismo, segundo Nostradamus Augusto Coelho, ecografista vascular Sênior do Grupo Fleury. 

São eles, os triglicerídeos (principal estoque de reserva de gordura no corpo, obtidos através da alimentação) e o colesterol, que é um componente essencial nas membranas celulares e necessário na produção de hormônios, como testosterona e estrogênio. 

“Fatores genéticos podem aumentar a carga dos lipídios, gerando maior dificuldade para o controle em alguns pacientes, mas são os hábitos alimentares, o tabagismo, o sedentarismo e a obesidade os fatores mais importantes no aumento das gorduras inadequadas no sangue”, explica o especialista. Com o avanço da idade, a tendência para a formação de placas também aumenta, especialmente em homens e mulheres após a menopausa. 

Entre outros fatores de risco, podemos destacar a pressão alta e o diabetes, que podem danificar as paredes das artérias e facilitar o acúmulo de colesterol e de outras gorduras.

É possível prevenir a aterosclerose? 

Como os riscos da aterosclerose estão diretamente associado a fatores externos, algumas mudanças no estilo de vida contribuem para a prevenção da doença, como:

• Não fumar 
• Evitar o consumo de bebidas alcóolicas
• Controlar a hipertensão e o diabetes, especialmente do tipo 1 
• Praticar atividades físicas adequadas para a faixa etária, o que previne a obesidade e o sedentarismo 
• Manter uma alimentação saudável 

“A ingestão de alimentos saudáveis é fundamental na prevenção, evitando-se alimentos ultraprocessados, com carga de gordura, assim como o açúcar, optando por carnes brancas, magras, peixes ricos em ômega 3, frutas e vegetais. A dieta mediterrânea é sempre uma boa representação de boa escolha”, sugere o especialista. 

Quando buscar ajuda médica?

O desenvolvimento da aterosclerose é lento e progressivo. Por isso, ela não manifesta sintomas até o momento em que o acúmulo de gordura nas artérias se torna grave o bastante para restringir o fluxo de sangue. Nesses casos, os sinais e sintomas clínicos dependem do local da obstrução: 

• No coração: a obstrução total ou parcial pode provocar dor no peito e infarto agudo do miocárdio 
• Nos membros inferiores: a obstrução causa a diminuição da circulação sanguínea, o que pode resultar em dor, dificuldade para correr ou caminhar e até palidez
• No cérebro: pode causar um acidente vascular isquêmico, conhecido como derrame

É possível identificar a aterosclerose através de exames, em especial de imagem, então é essencial manter consultas regulares com o médico, ainda mais se você possui diabetes ou hipertensão. Informe o especialista sobre casos de doenças cardiovasculares na família, pois a ocorrência de infartos e derrames em parentes próximos é um sinal de alerta para a aterosclerose.  

Referências

Ministério da Saúde

Manual MSD - Edição para Família