Médico cirurgião plástico membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica. Chefe de equipe de retaguarda em cirurgia...
iA busca por inúmeras intervenções estéticas pode esconder uma condição conhecida por Transtorno Dismórfico Corporal (TDC). É um sinal de alerta quando o cirurgião plástico percebe que a pessoa apresenta expectativas irreais ou um desejo desproporcional por cirurgias. Diante desse cenário, é importante adotar uma abordagem sensível e cuidadosa para que a pessoa compartilhe suas preocupações e expectativas da maneira mais franca possível, permitindo ao médico fazer um diagnóstico preciso e correto.
O TDC é caracterizado por uma preocupação excessiva e distorcida com supostas imperfeições na aparência física, levando a uma busca incessante por procedimentos corretivos, como as cirurgias plásticas.
Portanto, é fundamental destacar que a cirurgia plástica não é uma solução para questões psicológicas subjacentes, como baixa autoestima ou dismorfia corporal. Muitas vezes, a realização de procedimentos pode até mesmo piorar as insatisfações.
Para evitar esse problema, em consultório abordo a importância da psicoterapia como uma parte integrante do processo para a cirurgia. Explico aos pacientes que a terapia visa tratar as causas da insatisfação relativas à imagem e autoestima.
Leia mais: Vigorexia: distúrbio faz com que a pessoa acredite que precisa ficar cada vez mais forte
Além disso, uma conversa franca com familiares sempre é importante, solicitando a eles que assumam um papel encorajador nas psicoterapias e participem das decisões de realizar procedimentos estéticos ou cirúrgicos.
É importante destacar também que procedimentos estéticos e cirúrgicos não podem garantir uma transformação completa da autoimagem. Nesses casos, contraindicar a cirurgia seria a abordagem mais indicada.
Assim, a abordagem do paciente com transtorno de imagem não se limita apenas ao aspecto estético, mas também ao bem-estar mental e emocional duradouro do paciente.
Leia também: Saiba mais sobre dismorfia corporal