Neurologista do Hospital São Camilo Santana. Formado pela Faculdade de Ciências Medicas da Santa Casa de São Paulo...
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A convulsão é caracterizada pela atividade elétrica anormal do cérebro, o que leva à perda de consciência e contrações musculares involuntárias. Embora a maioria dos casos seja controlável com tratamento adequado, há situações em que a convulsão pode matar.
“A convulsão é um tipo de crise epiléptica convulsiva”, contextualiza Edson Issamu, neurologista na Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo. “Quando a pessoa apresenta crises epilépticas que se repetem ao longo da vida, ela passa a apresentar um quadro chamado de epilepsia”, completa.
Em quais situações a convulsão pode matar?
De acordo com o neurologista, a convulsão pode matar quando o paciente sofre traumatismos severos, como traumatismo craniano, durante uma crise. Também pode ocorrer a possibilidade de broncoaspiração, que é o engasgamento com a própria saliva, o que aumenta o risco de óbito.
“Existe também uma situação de crises reentrantes, chamadas de estado de mal epiléptico, no qual a pessoa apresenta crises que não cessam e levam o cérebro a um esgotamento energético e colapso de funcionamento”, acrescenta Edson.
Por fim, existe, ainda, a SUDEP, sigla em inglês para “Sudden Unexpected Death in Epilepsy”, que significa “morte súbita e inesperada na epilepsia”. Ela acontece quando o óbito não está relacionado a fatores como traumas ou engasgamento durante a convulsão. Felizmente, essa é uma condição incomum, mas que está associada a alguns fatores de risco, como idade, início precoce das epilepsias, tempo de duração das crises epilépticas, não resposta aos medicamentos anticonvulsivos e condições ambientais, como temperaturas extremamente baixas.
Existe como prevenir a morte súbita por epilepsia?
Não é possível evitar a morte súbita por epilepsia. “A melhor opção é tomar providências para evitarmos crises epilépticas convulsivas”, afirma Edson. Para isso, algumas medidas são importantes, como:
- Seguir o tratamento corretamente
- Evitar o consumo de bebidas alcóolicas
- Manter uma alimentação saudável
- Evitar a privação de sono, tendo boas noites de descanso
- Evitar o jejum prolongado
Como tratar as crises epilépticas convulsivas
O tratamento para epilepsia é feito a partir da administração de medicamentos antiepilépticos. Esses remédios controlam a atividade cerebral e diminuem a frequência e a intensidade das convulsões, além de evitar novas crises convulsivas.
“Na fase aguda, para cessar a crise, são utilizados benzodiazepínicos, como diazepam e midazolam, ou fenitoína endovenosa”, elenca o neurologista. “Nos casos mais dramáticos e refratários às medicações, pode-se optar pela intubação orotraqueal [na região da traqueia] para proteger as vias aéreas e optar por coma induzido com medicações específicas para diminuir a atividade cerebral e abafar as crises”, completa.
Vale ressaltar que o tratamento para convulsões deverá ser definido pelo médico especializado, visando obter os melhores resultados para cada caso específico.