Dra. Cecilia Gama Tartari Pediatra da CLINICA MANTELLI CRM 133.613Graduação - Faculdade de medicina de Teresópolis da U...
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iO transtorno do espectro do autismo (TEA) é um transtorno do desenvolvimento neurológico que tem como características dificuldades de comunicação e interação social, além da presença de comportamentos e/ou interesses repetitivos ou restritos.
O autismo pode ser identificado já nos primeiros anos de vida, já que alguns bebês apresentam sinais logo após o nascimento. Porém, na maioria dos casos, eles apenas são consistentemente identificados entre os 12 e 24 meses de idade, sendo que o diagnóstico ocorre, em média, aos quatro ou cinco anos de idade, segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria.
Mães, pais e cuidadores podem ter dúvidas de como identificar sinais de autismo no bebê. Por isso, o MinhaVida conversou com duas médicas especialistas para esclarecer quais são os indícios mais comuns. Continue lendo!
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Quais são os sinais de autismo no bebê?
Bebês podem ter sinais de autismo, mas, como dito acima, o diagnóstico pode demorar um pouco. “Os primeiros sinais podem, sim, ser percebidos desde bebês. Entretanto, o diagnóstico é mais fidedigno depois dos 2 anos, quando é possível avaliar melhor as habilidades sociais, de comportamento e linguagem”, fala Tatiana Mota da Silva, pediatra da Clínica Mantelli.
O olhar do bebê é um dos primeiros sinais a ser observado, logo nos primeiros meses. Isso porque os bebês em geral tendem a fixar o olhar no seu olho e acompanhar o observador. “Então, eu olho pro bebê, ele olha no meu olho e aí, se eu mexo, ele me acompanha. Ou se eu mexo o dedo, ele vai acompanhando o dedo”, fala Cecília Gama, pediatra integrativa da Clínica Mantelli.
Já quando o bebê tem algum grau de autismo, muitas vezes não consegue fixar o olhar e acompanhar o movimento do observador. “Mas é muito sutil nesse momento, conforme a criança vai evoluindo, vai ficando um pouquinho maior, vão passando os meses, a gente tem que associar os sinais, não é só isso, mas isso já é um sinal”, completa a especialista.
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Com a evolução do desenvolvimento podem aparecer outros sinais. Por exemplo, a criança não dá tchau, não aponta, não interage com outras crianças e prefere brincar sozinha. “Às vezes tem movimentos repetitivos de algum tipo com a mão ou até com a cabeça ou anda na ponta dos pés, só que não é um sinal desse isolado, na realidade a gente consegue observar mais sinais juntos para conseguir, não fechar o diagnóstico, mas suspeitar”, adiciona Cecília.
16 sinais possíveis de observar de autismo no bebê
Alguns sinais de autismo em bebês característicos podem ser observados desde cedo. Outros surgem mais tarde, com a interação com outras crianças. Vamos conhecer alguns dos mais comuns segundo as pediatras.
- Precisam de mais estímulos para olhar e atender a chamados
- Tendem a não olhar quando chamamos o nome
- Pouco contato visual quando estão mamando
- São agitados ou passivos demais
- Podem não gostar de toques e abraço
- Vão no colo de qualquer pessoa. Apesar de não gostarem de toque, os bebês autistas não apresentam a seletividade do adulto, como é comum na sua idade
- Parecem bebês “sérios”, que sorriem pouco
- Compartilham pouco os objetos
- Não brincam de faz-de-conta
- Têm déficits de interesses sociais
- Não gesticulam, apontam ou balbuciam com 12 meses
- Ausência de palavras com significado aos 16 meses
- Não fazem frases funcionais com duas palavras aos 24 meses
- Podem ter regressão de fala e de comportamentos que faziam. Assim, deixam de falar ou de se comportar como antes, regredindo a uma fase prévia do desenvolvimento
- Preferem brincar sozinhos
- Podem apresentar movimentos estereotipados e repetitivos
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O que fazer ao identificar sinais de autismo em bebês?
“Ao identificar qualquer sinal, é importante conversar com o pediatra que acompanha a criança, e encaminhará ao neuropediatra, para diagnóstico e seguimento”, informa a médica Tatiana Mota.
Quanto mais nova a criança, mais difícil é chegar no diagnóstico, mas mesmo assim deve ser feita uma consulta com o neuropediatra. “Quanto mais precoce for o diagnóstico, quanto mais precoce iniciar o tratamento com terapias, com estímulos, psicomotricidade, fonoaudiologia, isso tudo já vai ajudando a criança. O prognóstico é melhor quanto mais cedo se tem o diagnóstico”, finaliza Cecília.