Médico Hematologista, com especialização em Transplante de Célula Tronco pela UFPR, com experiência como sub-investigado...
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Os linfócitos são um tipo de célula de defesa do organismo produzidos na medula óssea e pertencem a um grupo de células chamadas de leucócitos ou glóbulos brancos. Eles desempenham um papel fundamental no sistema imunológico, combatendo infecções, alergias e protegendo o corpo contra doenças. No hemograma completo, eles são medidos e classificados em diferentes tipos — incluindo os linfócitos típicos.
O que é linfócito típico no exame de sangue?
Os linfócitos típicos no exame de sangue representam a maioria dos linfócitos no sangue e são responsáveis por atuar na defesa do organismo contra patógenos que podem causar infecções, como bactérias, vírus, fungos e células tumorais.
Produzidos pela medula óssea, elas apresentam características consideradas normais, segundo Jefferson Ruiz, hematologista com especialização em Transplante de Célula Tronco e membro da diretoria da Academia Paranaense de Hematologia (APH).
Os linfócitos típicos são divididos em três tipos:
- Linfócitos B: produzem anticorpos que atuam para destruir antígenos, como vírus, bactérias e fungos
- Linfócitos T: são responsáveis por reconhecer e destruir células anormais no corpo e, junto aos linfócitos B, protegem o organismo
- Células NK (Natural Killer): agem como uma primeira linha de defesa contra células infectadas por vírus ou células tumorais
Linfócitos típicos alterados
A quantidade normal de linfócitos e outros glóbulos brancos no sangue pode variar de acordo com alguns fatores, como a idade e estado de saúde. De modo geral, os valores de referência para os linfócitos estão entre 900 a 4000/µL em homens e mulheres. Resultados abaixo ou acima desses valores apontam se a contagem está alta ou baixa — e os possíveis problemas associados.
1. Linfócitos altos
A alta contagem de linfócitos no sangue, também chamado de linfocitose, pode indicar a presença de uma infecção bacteriana crônica ou infecção viral, como mononucleose, sarampo ou caxumba. Os resultados também podem indicar problemas mais graves, como:
Para ter o diagnóstico, outros exames podem ser necessários para entender a causa dos linfócitos altos, além da avaliação de sintomas presentes.
2. Linfócitos baixos
A quantidade de linfócitos abaixo dos valores de referência recebe o nome de linfopenia e pode estar associada a danos à medula óssea, que podem ser causados por quimioterapia ou tratamentos com radiação. Além disso, a linfopenia pode estar relacionada à presença de infecções — como HIV, tuberculose ou hepatite, ou alguma doença autoimune, como lúpus ou artrite reumatoide.
"Normalmente, quando os linfócitos estão baixos, é porque eles não estão sendo produzidos de forma adequada na medula óssea ou estão sendo consumidos por alguma infecção", esclarece Jefferson.
O que são linfócitos atípicos?
Os linfócitos atípicos são leucócitos com aparência microscópica diferente dos linfócitos típicos. Eles podem ser encontrados no sangue como resposta imunológica a certos estímulos — especialmente infecções virais, como mononucleose, herpes, rubéola e AIDS.
Segundo Jefferson, existem também alterações que podem desencadear o surgimento de linfócitos atípicos, como doenças neoplásicas, caracterizadas pela multiplicação anormal de células de um tecido. Nesse caso, os linfócitos apresentam características malignas.