Médico formado pela UFPB com residência em clínica médica e hematologia pela USP e em oncologia pelo Hospital Sírio-Liba...
iRedatora especialista em conteúdos sobre saúde, bem-estar, beleza, fitness e família.
De todos os meses do calendário colorido de conscientização à saúde, março é um dos períodos mais intensos na divulgação dessas campanhas. Além da cor amarela (leucemia) e lilás (endometriose), o mês promove mais um movimento a fim de sensibilizar e educar o público sobre determinadas condições médicas: o Março Azul-Marinho, dedicado à prevenção do câncer colorretal.
A relevância frente ao debate sobre a doença é tanta que a celebração da campanha criada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) passou de um dia específico, 27 de março, para durar o mês inteiro.
A doença é a segunda principal causa de morte de câncer no mundo, de acordo com o Ministério da Saúde e acomete o intestino grosso (cólon e reto). Estima-se que 90% dos casos surgem devido a um pólipo adenomatoso, quando as células glandulares que revestem o cólon começam a crescer de maneira descontrolada.
Uma das principais informações para se estar atento em relação ao câncer colorretal é a de que os casos começam a aparecer com mais frequência a partir dos 45 anos e atingem o seu pico entre os 60 e 65 anos. O diretor de oncologia do Grupo Dasa, Gustavo Fernandes, complementa que os outros fatores de risco do câncer são divididos em modificáveis e não-modificáveis.
“Os não-modificáveis são aqueles que provém de histórico de câncer na família ou de síndromes geradoras do câncer, enquanto os modificáveis passam pela obesidade, sedentarismo e características dietéticas como alto consumo de carne vermelha e bebidas alcoólicas”, explica.
Apesar de ser uma doença considerada silenciosa por não apresentar sintomas nos primeiros momentos, é importante se ater a certos tipos de manifestações que costumam ocorrer nos estágios avançados do câncer, como:
- Presença de sangue vivo ou escuro nas fezes e evacuações
- Mudanças no hábito intestinal com diarreias e constipação
- Dores no abdômen, pélvis ou reto
- Fezes finas e incapacidade de esvaziar o intestino
- Fadiga, anemia ou perda de apetite
Prevenção e exames de rastreio
Para Fernandes, a mensagem principal que o Março Azul-Marinho deve passar está na importância dos métodos de rastreio. As chances de cura são altas caso a doença seja descoberta no início com a ajuda de exames como a colonoscopia, que podem reduzir a taxa de mortalidade da doença em até 60%.
“Esse exame tem o objetivo de localizar tumores pequenos ou precoces e doenças benignas como os pólipos ou adenomas que fazem parte da sequência geradora do câncer”, ressalta o médico. A colonoscopia é indicada a partir dos 45 anos até a idade em que o paciente apresenta expectativa de vida superior a 5 anos, podendo ser feita de 3 a 5 anos a depender dos resultados.
Os testes genéticos também têm se mostrado estratégias preventivas eficientes na detecção precoce não só do câncer colorretal mas de outros tipos de tumores.
“Temos exames moleculares capazes de identificar famílias em alto risco para desenvolvimento de carcinoma colorretal. Caso haja muitos casos da neoplasia em determinada família, ou o diagnóstico em um indivíduo tenha ocorrido com 50 anos ou menos, testes genéticos podem ser indicados para tentar identificar alguma síndrome de predisposição hereditária”, informa Henrique Galvão, gerente médico e diretor de Oncogenética na Dasa Genômica.
Especialista consultado: Henrique Galvão, gerente médico e diretor de Oncogenética na Dasa Genômica.