Neurologista do Hospital São Camilo Santana. Formado pela Faculdade de Ciências Medicas da Santa Casa de São Paulo...
iRedatora de saúde e bem-estar, autora de reportagens sobre alimentação, família e estilo de vida.
Após um longo dia, nada melhor do que uma boa noite de sono. No entanto, nem todas as pessoas conseguem ter um descanso pleno e renovador. Muito além do cansaço, uma noite maldormida pode provocar impactos até mesmo no ganho de peso. Mas por que dormir mal engorda? Entenda o que acontece com o corpo ao ter uma noite maldormida e as consequências de dormir mal.
Por que dormir mal engorda?
A falta de sono influencia no ciclo biológico do corpo, principalmente no metabolismo, o que pode favorecer o ganho de peso. Um exemplo é que dormir mal provoca o aumento da liberação do hormônio grelina, peptídeo que causa a sensação de fome, o que gera aumento do apetite e da ingestão alimentar.
“Associado a isso, temos a diminuição da liberação de outro hormônio, a leptina, que regula negativamente a ingestão alimentar e incentiva o gasto energético”, fala Edson Issamu, neurologista da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo.
Quando dormimos mal, os resultados que podem levar ao ganho de peso incluem:
- Aumento da sensação de fome
- Estímulo para ingestão alimentar
- Redução do gasto energético
Saiba mais: Hábitos que engordam: 9 atitudes que fazem ganhar peso
No entanto, engana-se quem imagina que dormir mais possa resultar em emagrecimento. “O ganho de peso depende principalmente do desbalanceamento da ingestão de calorias. Somente dormir bem não garante redução do peso, sendo mais um dos elementos necessários”, explica o médico.
O que acontece no corpo quando dormimos mal?
O cérebro é o órgão que mais sofre quando dormimos mal. “Durante o sono, alguns neurotransmissores que causam a sensação de cansaço são metabolizados e removidos da bioquímica cerebral. Quando a pessoa dorme mal, estes neurotransmissores não são removidos adequadamente”, informa.
Dessa forma, uma noite de sono mal dormida também pode resultar em:
- Alterações de memória
- Fadiga
- Dificuldade de concentração
- Sonolência excessiva
- Dores no corpo
Em longo prazo, a falta de um sono reparador pode elevar o risco de doenças crônicas, como diabetes tipo 2, asma e hipertensão, como indicou um estudo publicado no periódico Plos Medicine.
Saiba mais: Como acalmar a ansiedade para dormir? Psiquiatra dá dicas!
Quantas horas de sono são ideais?
O neurologista explica que o tempo ideal de sono pode variar de acordo com a idade. De forma geral, é indicado entre 8 a 12 horas de sono por dia. “Na infância e adolescência temos um aumento da necessidade de sono. Nas idades mais avançadas da vida, temos menos necessidade de sono”, conclui.