É graduada em Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) (1998) e possui mestrado em P...
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No início de abril, um caso de bullying envolvendo o falecimento de um pré-adolescente chocou o país. Carlos Teixeira, um menino de apenas 13 anos, morreu dois dias após ser agredido por colegas dentro de uma escola estadual, em São Paulo. Em entrevista ao Fantástico, da Globo, Michelle de Lima, a mãe de Carlinhos, contou que essa não foi a primeira vez que o filho foi coagido e agredido no colégio.
“Em março ele apanhou por causa de um pirulito. O menino arrancou da mão dele e, quando ele pediu de volta, o menino deu dois socos no nariz dele. O arrastaram pelo pescoço e foram para dentro do banheiro, onde fizeram um vídeo dele machucado”. No caso de Carlinhos, o menino contava sobre os episódios para os pais, mas nem sempre é assim.
Ao MinhaVida, a psicóloga Deborah Moss, especialista em psicologia do desenvolvimento, explicou a importância de dar a devida atenção às mudanças de comportamento dos filhos. Ela conta que introspecção e postura mais agressiva, por exemplo, podem ser alguns indicativos de que a criança está sofrendo bullying.
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O que é bullying?
O bullying, comumente sofrido por crianças e adolescentes em ambientes escolares, também pode afetar pessoas adultas e é um fenômeno caracterizado por violências:
- Física: como puxões de cabelo, socos, chutes, tapas, etc
- Verbal e psicológica: que envolve xingamentos, apelidos, ameaças, perseguição e culpabilização
- Patrimonial: onde ocorre furto ou danos a pertences da vítima
Há também o bullying virtual, que é composto por violência verbal e psicológica. Como ocorre via internet, esse tipo de violência tende a passar uma maior sensação de liberdade e impunidade ao agressor, por conta da ideia de anonimato. Mesmo à distância, o bullying virtual pode ser tão prejudicial à vítima quanto as violências que acontecem na vida offline.
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Sinais de que a criança está sofrendo bullying
Dentre os principais sinais de uma criança que está sofrendo bullying, destacam-se:
- Mudanças de comportamentos: introspecção, agressividade ou timidez
- Choro frequente
- Lesões frequentes
- Mudanças alimentares: perda ou aumento do apetite
- Dificuldade de fazer amizades
- Tentativas de automutilação
- Medo ou ansiedade para ir à escola
O bullying pode gerar problemas de saúde que vão além do momento do ato de violência. A depender da intensidade e/ou frequência, a criança pode desenvolver baixa autoestima, ansiedade, depressão, síndrome do pânico e até problemas físicos graves, como foi o caso do Carlos Teixeira, que morreu após três paradas cardiorrespiratórias, segundo a mãe devido à intensidade das agressões que sofreu.
Como ajudar a criança que sofre bullying?
Ao notar os sinais de que a criança está sofrendo algum tipo de violência no ambiente escolar, é primordial que os pais tenham atitudes imediatas, como:
- Conversar e ouvir a criança
- Entrar em contato com a escola
- Estimular atividades positivas em casa
- Buscar ajuda de um psicólogo para a criança
“Também é necessário cuidar do agressor. Conversar com os pais dessa criança, para que ocorra uma busca de ajuda psicológica para entender a raiz do problema. Descobrir e resolver o conflito que o mobilizou a ter essa prática violenta", orienta Deborah Moss.
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Como saber se a criança pratica bullying?
A psicóloga conta que os sinais de que a criança pode estar praticando bullying com algum colega envolve mudanças bruscas de comportamento e baixo rendimento escolar. A especialista também explica o que pode levar uma criança a agredir outra.
"Muitas vezes, a criança agressora está em uma situação de conflito, inseguranças, aflições e acaba projetando no outro aquilo que o frustra em si mesmo. Mesmo que seja de forma negativa, essa é a maneira da criança expressar que precisa de ajuda".
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