Mestre em Endocrinologia e Metabologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Graduada em Medicina na Unive...
iRedatora entusiasta de beleza e nutrição, autora de reportagens sobre alimentação, receitas saudáveis e cuidados pessoais.
iVocê já ouviu falar sobre as doenças associadas à obesidade, mas sabia que algumas delas podem atingir também pessoas magras?
É fato que obesidade aumenta o risco de uma série de doenças porque existe um quadro de inflamação crônica no corpo. De acordo com a endocrinologista Priscilla Martins, para entender por que isso acontece, é importante diferenciar dois tipos de gordura:
- Gordura visceral ou abdominal: é altamente inflamatória e está associada a um aumento do risco de doenças
- Gordura subcutânea ou periférica: que secreta substâncias benéficas, como a adiponectina, que desempenham um papel protetor no organismo
Assim, uma pessoa pode ser magra com distribuição de gordura desfavorável, ou seja, pouca gordura subcutânea e maior acúmulo de gordura visceral ou inflamatória - e isso aumenta o risco dessas doenças.
“Esse também é o racional da obesidade metabolicamente saudável: é uma pessoa que apresenta muita gordura subcutânea e pouca gordura visceral”, explica a especialista.
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Existem outros fatores que favorecem a inflamação crônica além da obesidade como o tabagismo, dieta rica em alimentos ultraprocessados, sedentarismo e excesso de álcool.
A seguir, confira algumas doenças relacionadas à obesidade que também atingem pessoas magras:
1. Diabetes tipo 2
Caracterizada pelo aumento do açúcar no sangue, o diabetes tipo 2 é mais comum em pessoas obesas, mas também pode afetar indivíduos com peso normal devido a fatores genéticos, estilo de vida sedentário, dieta pouco saudável e outros fatores que contribuem para a resistência à insulina.
Ou seja, mesmo sem excesso de peso, a predisposição genética e os hábitos de vida podem desencadear o desenvolvimento do diabetes tipo 2 em pessoas magras.
2. Dislipidemias
Condições como hipertrigliceridemia e hipercolesterolemia, marcadas pelo aumento dos níveis de colesterol e triglicerídeos, podem estar relacionadas a uma dieta inadequada, sedentarismo e predisposição genética. Apesar de serem mais frequentes em pessoas obesas, também podem afetar indivíduos magros.
3. Hipertensão arterial sistêmica
Aumento da pressão arterial, a hipertensão é um fator de risco significativo para obesidade. No entanto, pessoas com peso normal podem desenvolver hipertensão devido à predisposição genética e a outros fatores, como tabagismo, consumo excessivo de álcool e sedentarismo.
4. Síndrome metabólica
Esta condição, caracterizada pelo aumento da circunferência abdominal, hipertensão, dislipidemia e intolerância à glicose, também pode afetar tanto pessoas obesas quanto magras devido a uma combinação de fatores genéticos, estilo de vida e outros fatores de risco. Mesmo em pessoas com peso normal, a presença de maus hábitos alimentares e sedentarismo podem contribuir.
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5. Esteatose hepática
O acúmulo excessivo de gordura no fígado pode ocorrer em pessoas magras devido a diversos fatores, incluindo acúmulo de gordura visceral, consumo excessivo de álcool, infecções virais e uso de certos medicamentos.
6. Doença cardiovascular e infarto agudo do miocárdio
Embora a obesidade seja um fator de risco importante, pessoas magras também podem desenvolver doenças cardíacas devido a outros fatores, como tabagismo, falta de exercício, dislipidemias, síndrome metabólica e predisposição genética.
7. Hiperuricemia e gota
O aumento do ácido úrico no sangue pode levar à gota, uma doença inflamatória. Isso pode afetar tanto pessoas obesas quanto magras, influenciado por fatores como o consumo excessivo de álcool e carne.
8. Câncer
A obesidade aumenta o risco de vários tipos de câncer. No entanto, pessoas magras também podem desenvolver câncer devido a outros fatores de risco envolvidos, como genética, exposição a carcinógenos e hábitos de vida, incluindo tabagismo.
Como prevenir essas doenças?
A prevenção de todas essas doenças segue a mesma linha: manter um estilo de vida saudável, incluindo uma alimentação balanceada, com ênfase em alimentos ricos em nutrientes e antioxidantes, como verduras, legumes e frutas.
Além disso, é essencial praticar exercícios físicos regularmente, evitar o tabagismo e o consumo excessivo de álcool e realizar consultas médicas periódicas para acompanhamento e detecção precoce de problemas de saúde.
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