Claudia Chang é médica endocrinologista especialista pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, doutora...
iJornalista especializado na cobertura de temas relacionados à saúde, bem-estar, estilo de vida saudável e à pratica esportiva desde 2008.
iUm cafezinho vai muito bem em vários momentos do dia. Seja para facilitar o despertar pela manhã, seja para ajudar na energia pós-almoço, a bebida é uma das queridinhas dos brasileiros.
Porém, assim como qualquer outra substância, em excesso, o café pode, sim, fazer mal. E, em casos muito extremos, pode até levar à morte.
Mas quanto de café é preciso tomar para morrer? Vamos analisar o que diz a ciência para responder essa questão! Continue lendo!
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Qual a quantidade de café recomendada?
De acordo com a European Food Safety Authority (Autoridade Europeia de Segurança Alimentar, em tradução livre), consumir mais do que 400 mg de cafeína por dia pode causar problemas.
Em adultos, por exemplo, a ansiedade e os distúrbios do sono são os principais sintomas. Já as crianças podem apresentar um comportamento fora do normal, além dos mesmos problemas que os adultos.
Para gestantes e mulheres que amamentam, a quantidade diária de cafeína deve ser reduzida pela metade, ou seja, apenas 200 mg ao dia.
Para se ter ideia, uma xícara de 60 mililitros de expresso contém 80 miligramas de cafeína, enquanto é preciso consumir 200 ml de café comum para obter 90 mg da substância.
Veja a quantidade de cafeína presente em bebidas e alimentos:
- 60 ml de café expresso = 80 mg
- 100 ml de café filtrado = 45 mg
- 250 ml de energético = 80 mg
- 355 ml de refrigerante de cola = 40 mg
- Barra de chocolate amargo de 50 gramas = 25 mg
- Barra de chocolate ao leite de 50 g = 10 mg
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Mas quanto de café é preciso tomar para morrer?
A cafeína é um estimulante que tem sido usado há séculos devido à sua capacidade de melhorar o estado de alerta mental.
“Até 85% dos americanos consomem cafeína diariamente, com uma xícara média de café contendo entre 40 e 150 mg de cafeína”, diz um estudo publicado na National Library of Medicine, que analisou a toxidade da cafeína.
Segundo o estudo, doses letais de cafeína foram relatadas em concentrações sanguíneas de 80 a 100 microgramas/ml, que podem ser alcançadas com a ingestão de aproximadamente 10 gramas ou mais de cafeína.
Por isso uma overdose de cafeína, que poderia levar à morte, é tão rara. Afinal, 10 gramas de cafeína representariam cerca de 8 litros café expresso ou mais de 10 litros de café filtrado por dia - uma quantidade surreal de bebida.
Porém, é preciso ter atenção com os suplementos de cafeína, em que cada cápsula pode conter mais de 400 mg de cafeína.
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Benefícios do café
Como vimos, o café não é um vilão se consumido em quantidades recomendadas. Nesse cenário ele na verdade pode trazer verdadeiros benefícios à saúde.
"Ele é rico em antioxidantes, substâncias que promovem a renovação celular e ajudam o organismo a combater doenças, incluindo o câncer", afirma a endocrinologista Claudia Chang, em entrevista prévia para o MinhaVida.
E, é claro, tem o efeito conhecido de tirar o sono. Isso acontece porque o consumo de cafeína bloqueia a ação de um componente químico do cérebro, que determina a necessidade de sono e desperta a vontade de dormir.
"Os efeitos da cafeína persistem por quatro a seis horas após o consumo. É preciso ter isso em vista para que uma xícara de café não se transforme em gatilho para a insônia", acrescenta a endocrinologista.