Dr. Alexandre Naime Barbosa é Infectologista e Especialista em Pesquisa Clínica da Faculdade de Medicina de Botucatu - U...
iRedatora de saúde e bem-estar, autora de reportagens sobre alimentação, família e estilo de vida.
Um ano após a Organização Mundial da Saúde (OMS) decretar o fim da pandemia de COVID-19, o vírus ainda segue deixando rastros. Números obtidos pela Plataforma Coronavírus do Ministério da Saúde apontam que, desde o início de 2024 até 17 de maio, o Brasil registrou 3.452 mortes pela doença e mais de 590 mil novos casos. Além do agravamento das infecções, as sequelas deixadas pela doença também preocupam os especialistas.
Segundo informações do Ministério da Saúde e estudos recentes realizados pela Fiocruz e Organização Pan-Americana da Saúde/OMS, entre 10% a 20% dos pacientes que se recuperam da infecção podem desenvolver a Síndrome Pós-COVID-19, também chamada de COVID Longa. A condição pode afetar a execução de tarefas diárias e até mesmo o desempenho profissional com a manifestação de até 200 sintomas. Entenda mais sobre a síndrome.
O que é a COVID longa?
A COVID longa se caracteriza pelo conjunto de sintomas respiratórios, neurológicos e psicológicos que o paciente pode apresentar durante 4 semanas até 2 anos após a infecção pelo coronavírus. As manifestações podem acometer desde indivíduos que tiveram quadros assintomáticos, leves e até os mais graves.
“Qual é a base da COVID longa? O indivíduo permanece ‘inflamado’ após o episódio agudo. É como se o vírus SARS-CoV-2 despertasse um gatilho em certas pessoas que já tem uma predisposição para manter essa inflamação crônica que pode durar meses a anos”, informou o infectologista Alexandre Naime, em evento de lançamento da campanha Vacina Brasil.
Não há um teste específico para diagnosticar a COVID longa, dessa forma, o quadro é identificado apenas com o relato dos sintomas do paciente.
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Quais são os sintomas da COVID longa?
A COVID longa pode se manifestar em até 200 sintomas, sendo os mais comuns:
- Fadiga crônica
- Dificuldade para respirar
- Tosse persistente
- Dificuldade de concentração
- Dor de cabeça
- Problemas de sono
- Dor muscular
- Enxaqueca
- Irritação na pele
- Tontura ao se levantar
- Alterações no ciclo menstrual
- Problemas gastrointestinais
- Queda de cabelo
- Problemas de memória
- Ansiedade e depressão
- Estresse pós-traumático
Vacina da COVID-19 atualizada
A vacinação continua sendo a forma mais eficaz de prevenção contra o COVID-19 e consequentemente, da COVID longa. No início de maio, o Brasil recebeu 9,5 milhões de doses da Spikevax, vacina atualizada fabricada pela Moderna. O imunizante protege contra as sublinhagens Ômicron XBB e cepas do SARS-CoV-2 e foi incluído no Programa Nacional de Imunizações.
A distribuição das doses está sendo feita pelo país e a vacinação será feita, seguindo as orientações de periodicidade, nos seguintes grupos:
- Crianças de 6 meses a 4 anos
- Pacientes a partir dos 5 anos com comorbidades
- Idosos com 60 anos ou mais
- Gestantes e puérperas
- Imunocomprometidos
- Pessoas vivendo em instituições de longa permanência e seus trabalhadores
- Indígenas, quilombolas e ribeirinhos
- Trabalhadores da área da saúde
- Pessoas com deficiência permanente
- Pessoas privadas de liberdade maiores de 18 anos
- Funcionários do sistema de privação de liberdade
- Adolescentes cumprindo medidas socioeducativas
- Pessoas em situação de rua
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