É médico oncologista da Escola Paulista de Medicina. Possui especialização em Medicina Tradicional Chinesa, CJFH, Beijin...
iRedatora de saúde e bem-estar, autora de reportagens sobre alimentação, família e estilo de vida.
A empresa Carbon Robotics, sediada em Seattle, decidiu usar inteligência artificial e a visão computacional para encontrar novas maneiras de combater pragas em plantações sem o uso de agrotóxicos. O Laser Welder, como é chamada a criação, identifica ervas daninhas no solo em tempo real e as elimina com lasers de alta potência.
Trata-se de um reboque automotivo, de cerca de quatro toneladas, que é ancorado na traseira de um trator, que realiza rondas pelas plantações. Segundo dados da Carbon Robotics, a máquina conta com 30 lasers, um sistema que pode identificar até 2.300 espécies nocivas e eliminar 5 mil ervas daninhas por minuto. A invenção está programada para não atacar insetos que não oferecem riscos às plantações, como abelhas e outros polinizadores.
Atualmente, outra forma de lidar com a contaminação do solo por pesticidas é realizando plantações em estufas, onde é permitido controlar o ecossistema. Também já é possível identificar pragas, ervas daninhas e outras doenças utilizando apenas as informações extraídas de satélites com dados agronométricos. O próximo passo é articular ferramentas de IA para intervir fisicamente nestes campos.
Na realidade, a intenção das grandes empresas agrícolas é “fazer a transição de um modelo de negócio baseado fundamentalmente em produtos para um modelo baseado em serviços e formação”.
Por isso, criar um “campo livre de doenças” desempenha um papel importante: permite a integração de informações sobre cada centímetro cultivado, a análise de seus problemas e a recomendação de tratamentos e cuidados. Isso acarreta em problemas claros (a criação de grandes plataformas que limitam a inovação e a concorrência), mas também de enormes possibilidades.
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Uso de agrotóxicos no Brasil
O Brasil é o país que mais utiliza agrotóxicos no mundo, sendo 555 químicos aprovados em 2023. O número representou uma queda de 15% em relação a 2022, ano em que o país atingiu o recorde da série histórica, iniciada nos anos 2000, com 652 agrotóxicos liberados.
Diversos trabalhos científicos apontam a relação no uso de agrotóxicos com a incidência de doenças na população. É o caso da pesquisa publicada na Environmental Science and Pollution Research, que analisou a contaminação por agrotóxicos na região metropolitana da Baixada Santista e os casos de câncer de mama no local.
Em entrevista prévia ao MinhaVida, o oncologista clínico Davi Liu refletiu sobre formas de conscientização e redução de danos provocados pelo uso indiscriminado de agrotóxicos no país.
“Diante disso, a principal medida [protetiva] é a conscientização. A partir disso, é possível nos movimentarmos na direção de tentar encontrar as soluções que possam trazer uma melhor regulação do setor público e conscientização desse problema por parte de representantes em instâncias políticas e governamentais”, opinou Davi.
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