Graduação em Medicina pela Universidade de Taubaté (1984). Mestrado em Medicina (Pediatria) pela Universidade de São Pau...
iJornalista com sete anos de experiência em redação na área de beleza, saúde e bem-estar. Expert em skincare e vivências da maternidade.
iA saúde dos pequenos é sempre uma prioridade para os pais, e nada mais natural do que surgirem dúvidas sobre o momento ideal para a criança retornar à escola após ficar doente. Garantir que seu filho esteja completamente recuperado é essencial tanto para o bem-estar dele quanto para a segurança dos demais colegas.
Mas afinal, quanto tempo é realmente necessário para a criança ficar afastada da escola? Será que basta a febre ceder ou é preciso esperar mais alguns dias? O MinhaVida entrevistou Clery Bernardi Gallacci, pediatra e neonatologista do Hospital e Maternidade Santa Joana, que esclareceu essas e outras questões sobre o assunto. Confira!
Doenças que motivam o afastamento da criança da escola
Na infância, a maioria das doenças são de origem viral, principalmente quando a criança frequenta o ambiente escolar desde os primeiros meses. Além disso, existe outro fator que acaba aumentando a transmissão desses vírus: a temperatura.
A pediatra explica que, no inverno, as infecções respiratórias são mais comuns e acabam se tornando as principais vilãs do afastamento dos pequenos da escola. A especialista cita as principais doenças:
Influenza tipos A, B ou C: “A transmissão ocorre por partículas respiratórias, em sua maioria, porém precisamos lembrar que o vírus permanece em superfícies contaminadas por um período de até 8 horas. A transmissibilidade ocorre nos primeiros dias de sintomas; entretanto, as crianças podem permanecer com alguns sintomas por semanas”, disse a médica.
Outro vírus comum nas crianças é o SARS-COV, que causa a síndrome respiratória aguda grave. A pediatra diz que crianças e adolescentes que ainda não são completamente imunizados estão mais suscetíveis a ficarem infectados. “O período de maior transmissibilidade se dá nos sete primeiros dias de sintomas; já após o décimo dia, é difícil a contaminação, mesmo se o resultado do teste persistir positivo”, explicou.
Clery ainda ressalta mais doenças infecciosas frequentes entre as crianças que frequentam a escola, são elas:
“Mão-pé-boca, que pode ser causada por dois tipos de vírus: Enterovírus 71 e o Coxsackie, o que pode levar uma criança a ser contaminada mais de uma vez; a conjuntivite de origem viral, pois, enquanto o olho permanece vermelho, ainda está transmitindo a doença; as viroses gastrointestinais, que possuem maior transmissibilidade nos primeiros quatro dias de sintomas, porém pode ocorrer eliminação de vírus pelas fezes até o décimo dia de evolução.”
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Quanto tempo depois de ficar doente a criança pode voltar para a escola?
Quando uma criança fica doente, é natural que seus cuidadores se perguntem quanto tempo ela deve ficar em casa antes de voltar para a escola. A resposta pode variar dependendo do tipo de doença, mas há algumas diretrizes gerais que podem ajudar a tomar essa decisão de forma segura e tranquila.
“Normalmente, a recomendação é respeitar a presença de sintomas, a origem do processo viral que pode variar o período de transmissibilidade. Mas, de forma geral, sete dias de afastamento das atividades escolares permite o cuidado com a criança e, na maioria dos processos virais, já não há mais transmissão”, recomendou a pediatra.
É importante lembrar que espaços comunitários, como brinquedotecas de condomínios, que estejam com superfícies contaminadas, também podem ser um meio de transmissão. Por esse motivo, é importante que a criança fique afastada de ambientes como esse, principalmente durante o período de recuperação.
Fatores que devemos considerar ao decidir se a criança está pronta para retornar à escola
A melhora vai depender muito da doença que o pequeno contraiu e do seu estado de saúde. Mas, se mesmo assim você ficar em dúvida se sua criança está pronta para voltar à rotina escolar, a médica detalha alguns sinais que podem apontar essa decisão, de acordo com cada infecção viral comum:
“A recuperação da criança quando está acometida pela doença mão-pé-boca, por exemplo, fica muito comprometida com perda de peso, muitas vezes pode ter desidratado nos primeiros dias de evolução, necessitando de mais tempo para recuperar-se. Já no caso da conjuntivite, após os olhos voltarem ao normal, sem hiperemia e com avaliação oftalmológica, encontram-se aptas para retomarem as atividades. Nos processos respiratórios, é importante ter atenção se, na retomada das atividades, a criança já está com vigor, sem cansaço ao respirar”, recomendou.
Pediatra indica o que fazer para prevenir infecções virais em crianças:
- Higienização das mãos com frequência;
- Utilização de lenços descartáveis para higienização nasal;
- Não compartilhar copos, toalhas e alimentos;
- Cobrir boca e nariz ao tossir e espirrar, bem como lavar as mãos depois;
- Brincar em ambientes abertos;
- Evitar abraços e beijos quando estiver com quadro de vias aéreas superiores.
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