Graduada em Psicologia pela Universidade Bandeirante de São Paulo (UNIBAN), Lizandra Arita é psicóloga institucional e c...
iJornalista especializado na cobertura de temas relacionados à saúde, bem-estar, estilo de vida saudável e à pratica esportiva desde 2008.
iÉ comum ouvirmos que “todo mundo deveria fazer terapia pelo menos uma vez na vida”, principalmente de pessoas que já aderiram a algum tipo de terapia. De fato, a maioria das pessoas pode precisar de algum acompanhamento em algum momento da vida.
Sabemos como a nossa sociedade pode ser opressora, fazendo com que desenvolvamos sintomas de estresse, ansiedade e depressão. Além disso, muita gente tem que lidar com traumas marcantes, como traumas de infância - e a terapia pode ajudar muito!
Mas, afinal, quais são os tipos de terapia mais comuns aqui no Brasil? Conversamos com a psicóloga Lizandra Arita, que falou sobre os tipos “mais famosos” e deu dicas de como escolher a melhor para você. Vem com a gente!
Leia mais: Terapia é para quem precisa de “conserto”? Psicóloga desvenda se é todo mundo que precisa fazer
9 tipos de terapia mais famosos
Quando falamos em terapia, muitas pessoas podem imaginar que existe uma abordagem única para os tratamentos, mas, na realidade, existem várias formas de terapia, cada uma com métodos e focos específicos. “Entender essas opções pode te ajudar a escolher a que mais se adequa às suas necessidades”, fala Lizandra.
Vamos aos tipos que selecionamos!
1. Psicanálise
Essa talvez seja uma das mais famosas, já que seu “pai” é também bastante famoso: o austríaco Sigmund Freud. “Essa terapia busca compreender como as experiências passadas e os conflitos internos afetam os comportamentos e emoções atuais”, diz Lizandra.
A psicanálise explora o conceito de inconsciente para entender e resolver conflitos internos usando técnicas de associação livre. Ou seja, com o paciente se expressando livremente, sem ser influenciado pelo analista, para acessar pensamentos e memórias inconscientes.
2. Terapia Cognitivo-Comportamental
Esta forma de análise também bastante famosa foca na identificação e na modificação de pensamentos “disfuncionais” e comportamentos problemáticos, ajudando principalmente a lidar com depressão, ansiedade e fobias.
“Esse tipo de terapia usa técnicas para promover mudanças cognitivas e comportamentais integrando aspectos das experiências emocionais e padrões de comportamento que se formam na infância e que podem ser disfuncionais na vida adulta”, diz a especialista.
3. Análise Junguiana
Carl Gustav Jung, assim como Freud, é outro grande nome para a psicanálise, mas a abordagem junguiana é diferente do método clássico, focando principalmente no conceito de inconsciente coletivo e nos arquétipos.
Ou seja, a abordagem junguiana explora sonhos, mitos, arte e religião como expressões do inconsciente coletivo e o paciente é encorajado a explorar suas fantasias e sonhos de maneira criativa, através de arte, escrita ou outras formas expressivas.
4. Psicologia Baseada em Evidências
Esse tipo de terapia ainda está crescendo no Brasil, mas ela já tem bastante destaque em outros países. Seu diferencial passa por integrar as melhores pesquisas científicas disponíveis com a experiência clínica do profissional.
“Essa abordagem usa métodos comprovados para avaliar e tratar uma variedade de transtornos psicológicos. Os terapeutas que seguem essa linha baseiam suas intervenções em estudos rigorosos, garantindo que as técnicas aplicadas tenham um histórico de eficácia”, diz Lizandra.
5. Behaviorismo
O Behaviorismo é baseado na ideia de que todo comportamento humano é aprendido e pode ser modificado através de condicionamento, já que o comportamento é visto como uma resposta a estímulos do ambiente.
O objetivo da terapia é mudar comportamentos por meio de técnicas de reforço positivo, por exemplo. Nela, o analista avalia quais são as necessidades do paciente e propõe técnicas que o ajudem a modificar seus comportamentos de forma mais direta. É particularmente eficaz no tratamento de vícios, fobias e transtornos alimentares.
Leia mais: Vício em redes sociais: descubra sinais que indicam dependência digital
6. Psicodrama
O psicodrama é uma forma de terapia criada na década de 1920 que usa a dramatização e a representação teatral para explorar conflitos. Nas sessões, os pacientes encenam situações e papéis da vida real ou imaginária, explorando emoções, pensamentos e comportamentos.
A vantagem deste tipo de terapia é que ajuda a externalizar problemas, promovendo o autoconhecimento, a empatia e a resolução de conflitos. É muito útil em contextos grupais, mas também pode ser aplicada individualmente.
7. Terapia Gestalt
A Terapia Gestalt é baseada na ideia de que as pessoas devem se concentrar no presente e na experiência atual, enfatizando a importância de estar ciente dos próprios sentimentos e ações no momento presente - e de tomar responsabilidade por eles.
Essa técnica é considerada eficaz para aumentar a autoconsciência e resolver problemas relacionados à repressão de emoções e à fragmentação da personalidade. “Ela promove uma maior percepção de como os pensamentos, sentimentos e ações estão interligados”, explica a psicóloga.
Leia mais: Mindfulness: aprenda como desenvolver a prática de atenção plena
8. Psicologia Humanista
A Psicologia Humanista é focada na ideia de que todo ser humano possui uma tendência ao crescimento pessoal - e o papel do terapeuta é criar um ambiente de aceitação incondicional para que a pessoa possa explorar livremente seus sentimentos e pensamentos.
Diferente de outras abordagens, o terapeuta humanista não dá conselhos diretos ou interpretações, mas atua como um facilitador, ajudando o paciente a encontrar suas próprias soluções e caminhos para o crescimento.
9. Fenomenologia
Nesse tipo de terapia, o foco é entender como a pessoa experiencia o mundo e atribui significado às suas vivências, já que a teoria é de que a realidade é percebida de maneira única por cada pessoa, baseada em suas próprias experiências e contextos.
A terapia envolve um processo de reflexão e autoconhecimento, com o paciente explorando suas emoções, escolhas e responsabilidades. É muito útil para quem busca explorar questões existenciais e aumentar a consciência de si.
Como escolher o tipo certo de terapia para você?
Escolher o melhor tipo de terapia para você e a abordagem que mais te agrada pode depender de diversos fatores. O primeiro passo nós já passamos, que é conhecer melhor cada tipo para entender qual tem mais a ver com as suas questões.
Depois, segundo Lizandra, vale refletir sobre os desafios que você quer enfrentar e o que deseja alcançar com a terapia. “Você prefere uma abordagem mais prática e focada, como a TCC, ou deseja entender a origem de seus problemas, como na psicanálise?”, questiona.
Fazer essa autoavaliação é importante no processo de escolha e você pode experimentar diferentes tipos até encontrar o que tem mais a ver com você. “Não hesite em conhecer várias abordagens até encontrar a que mais faz sentido. A terapia oferece muitos caminhos para o autoconhecimento e a superação de desafios”, lembra.
Muitos psicólogos, inclusive, podem ter conhecimento de mais de uma área, aplicando em suas consultas técnicas de diferentes abordagens - e não apenas de uma. Por isso, mais do que escolher um tipo, a dica é encontrar um especialista com quem você se sinta bem.