Pós Doutorado na FMUSP. Post-doctoral Clinical and Research fellow no Hospital Clínic Barcelona. Master in Translational...
iO sistema gastrointestinal é um dos sistemas mais fascinantes e complexos do nosso corpo. Composto por uma série de órgãos interconectados – como o esôfago, estômago, intestinos e fígado –, ele desempenha um papel fundamental na digestão dos alimentos, na absorção de nutrientes essenciais e na eliminação de resíduos. Além de suas funções básicas, o sistema gastrointestinal também atua na regulação do metabolismo e na defesa contra as doenças.
Confira essas cinco curiosidades sobre esse sistema responsável por grande parte do funcionamento do nosso corpo.
1. Serotonina não se encontra somente no cérebro
Você sabia que cerca de 90% da serotonina, conhecida como o hormônio da felicidade, está presente em nosso corpo? Muitas pessoas associam a serotonina exclusivamente ao cérebro, pensando nela apenas como o neurotransmissor responsável pela regulação do humor. Porém, grande parte da serotonina do corpo humano é produzida nos intestinos.
A produção de serotonina nos intestinos é influenciada pela microbiota intestinal, em um conjunto de trilhões de microrganismos que habitam nosso trato digestivo. Quando existe um equilíbrio saudável de bactérias intestinais a produção de serotonina pode aumentar, porém, quando ocorrem desequilíbrios, eles podem acabar afetando essa produção de serotonina e acabar impactando o humor e a saúde mental.
2. O estômago se protege para não se “autodigerir”
O estômago tem um papel na digestão dos alimentos. Mas, a sua função vai além de simplesmente processar os nutrientes. Ele também precisa se proteger de um dos seus próprios subprodutos, o suco gástrico.
Para evitar que o suco gástrico, que é altamente ácido, não digira as paredes internas do estômago, ele se reveste com uma camada protetora de muco. Essa camada é muito importante, pois o suco gástrico contém ácido clorídrico e enzimas digestivas que, se não forem contidas, podem causar sérios danos ao próprio órgão. O estômago, então, produz uma nova camada de muco a cada duas semanas, garantindo que as paredes permaneçam saudáveis e funcionais.
3. O fígado se regenera
O fígado é o único órgão interno do corpo humano que pode se regenerar. Caso alguma parte seja removida, ou até mesmo danificada, o fígado pode crescer novamente. Mas, é necessário que pelo menos 25% esteja intacto. Isso ocorre porque as células restantes começam a se dividir e se multiplicar, fazendo com que o órgão cresça novamente. O processo pode demorar algumas semanas, depende também da extensão da remoção e da saúde geral do paciente.
4. O intestino tem um tamanho impressionante
O trato gastrointestinal do ser humano é algo impressionante no quesito de comprimento. Quando esticado, ele pode medir entre 7 a 9 metros, equivalente ao tamanho de um ônibus escolar. Esse tamanho inclui o esôfago, que transporta os alimentos da boca ao estômago, o estômago em si, onde os alimentos são digeridos, e o intestino delgado e grosso, responsáveis pela absorção de nutrientes e pela formação de fezes.
5. O intestino é responsável por 70% do sistema imunológico do nosso corpo
Você sabia que cerca de 70% das células do sistema imunológico estão localizadas no intestino? Isso significa que a saúde intestinal desempenha um papel importante na nossa capacidade de combater doenças. Quando o intestino apresenta problemas, como inflamações ou desequilíbrios na microbiota, a vulnerabilidade a infecções comuns, como gripes e resfriados, aumenta.
O intestino abriga o maior conjunto de linfócitos do corpo, que são células essenciais para a defesa do organismo. Esses linfócitos formam uma barreira de proteção, pronta para reagir a agentes invasores, como bactérias e vírus.
6. O sistema gastrointestinal é um grande receptor de dor
O trato gastrointestinal possui uma grande quantidade de receptores de dor. Eles são chamados de nociceptores e estão distribuídos ao longo de todo trato gastrointestinal, que vai desde o esôfago até o reto. Normalmente, eles são ativados por estímulos nocivos, como uma inflamação, distensão ou até mesmo lesão.
Quando ativados, eles enviam sinais ao cérebro e resulta nessa percepção de dor. Essa é uma das razões pelas quais condições como gastrite, úlceras e síndrome do intestino irritável podem causar uma dor intensa e um desconforto abdominal.