Terapeuta Clínica há 15 anos com abordagem cognitiva comportamental. Especialista clínica em Ansiedade, Crise de Pânico...
iJornalista com sete anos de experiência em redação na área de beleza, saúde e bem-estar. Expert em skincare e vivências da maternidade.
iNinguém gosta de ser rejeitado, mas ter medo de ser excluído também pode ser muito prejudicial para o seu bem-estar. Esse sentimento, embora comum, pode levar a comportamentos que nem sempre percebemos, mas que acabam nos fazendo mal.
Segundo a psicologia, quem tem medo da rejeição pode desenvolver atitudes que, em vez de proteger, apenas reforçam esse receio. Esses comportamentos variam desde ignorar suas próprias necessidades até tentar agradar as pessoas a qualquer custo — verdadeiras armadilhas emocionais.
O MinhaVida entrevistou a psicóloga Larissa Fonseca, que listou os comportamentos mais comuns e explicou como reconhecê-los e evitá-los para levar uma vida com menos preocupações.
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Esses são os comportamentos mais comuns em pessoas que têm medo da rejeição
O medo da rejeição é um sentimento que pode impactar diversos aspectos da vida. Muitas vezes, ele se manifesta em comportamentos sutis, mas prejudiciais ao bem-estar emocional e às relações interpessoais:
1. Postura defensiva
Pessoas com medo da rejeição tendem a antecipar o pior, mesmo sem motivos concretos. “Esse comportamento defensivo leva à ansiedade constante e a atitudes como procrastinação ou até mesmo agressividade na comunicação”, explica Larissa. Essa expectativa negativa pode criar um ciclo de estresse difícil de romper.
2. Dificuldade de afirmar as próprias necessidades
Por terem medo da rejeição, essas pessoas frequentemente deixam de expressar o que realmente sentem ou precisam. Elas preferem agradar os outros, mesmo que isso custe sua própria paz. Isso pode gerar relações desbalanceadas e tóxicas, nas quais o outro sempre tem mais espaço e controle.
3. Aceitar migalhas emocionais
“É comum que essas pessoas aceitem qualquer demonstração de afeto, mesmo que mínima, como suficiente”, afirma a psicóloga. Esse comportamento reflete uma percepção distorcida da realidade e uma dificuldade em reconhecer o próprio valor.
4. Dificuldade em lidar com críticas
Críticas que poderiam ser construtivas são interpretadas como rejeição pessoal. Esse comportamento alimenta a baixa autoestima e reforça pensamentos autocríticos, dificultando o crescimento emocional.
5. Dificuldade em estabelecer limitesQuem tem medo da rejeição frequentemente não consegue dizer “não”. Por receio de desagradar, essas pessoas aceitam mais do que deveriam, negligenciando suas próprias necessidades e acumulando ressentimentos.
6. Tendência ao isolamento social
A necessidade de evitar rejeições pode levar essas pessoas a se afastarem de interações sociais. “Elas preferem evitar situações que poderiam resultar em críticas, o que, ironicamente, acaba gerando ainda mais solidão e sensação de abandono”, pontua Larissa.
7. Percepção distorcida de abandono
Mesmo sem evidências concretas, essas pessoas frequentemente sentem que serão deixadas de lado. Essa sensação gera insegurança e afeta profundamente suas relações, muitas vezes causando mal-entendidos ou afastamentos desnecessários.
O medo da rejeição é um desafio, mas não é algo impossível de superar. Reconhecer esses comportamentos é o primeiro passo para quebrar o ciclo e buscar ajuda, seja por meio de terapia ou outras práticas de cuidado emocional. Como lembra Larissa: “Entender suas próprias necessidades e estabelecer limites saudáveis são ações essenciais para quem quer viver de forma mais equilibrada e autêntica.”
Psicóloga explica como superar o medo da rejeição
Superar o medo da rejeição não acontece da noite para o dia, mas é um processo que vale a pena começar a tratar o quanto antes
De acordo com Larissa, o primeiro passo é identificar os pensamentos distorcidos que alimentam esse medo, como a crença de que a rejeição é inevitável ou de que é necessário sacrificar suas próprias necessidades para agradar aos outros. “Esses pensamentos automáticos e negativos precisam ser desafiados, permitindo que a pessoa adote uma visão mais equilibrada e realista de si mesma e das situações ao seu redor”, explica Larissa.
Outro aspecto importante é trabalhar a autoestima. Muitas vezes, o medo da rejeição está relacionado à dificuldade de se senstir bem, o que faz com que a pessoa dependa excessivamente da aprovação dos outros.
Ser mais gentil consigo mesmo e reconhecer que errar ou não agradar a todos faz parte da experiência humana ajuda a reduzir a autocrítica severa. “A autocompaixão ensina que você não precisa da aceitação de todos para se sentir digno e valioso”, destaca a psicóloga.
Técnicas de exposição gradual também são bem úteis, como se colocar, aos poucos, em situações que causam desconforto: iniciar conversas ou expor opiniões, sempre em um ritmo que respeite seus limites. Essa prática ajuda a desenvolver autoconfiança, especialmente quando for feita em ambientes seguros e cercado por pessoas que garantem acolhimento e apoio.
Reconhecer suas conquistas é outra estratégia que fortalece a autoconfiança. Manter um registro de elogios recebidos, momentos de sucesso e atividades realizadas é uma forma simples de lembrar do seu valor.