Psicóloga Clínica do Grupo Mantevida com mais de três anos de experiência em atendimento a pacientes de diversas faixas...
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Uma família bem estruturada, com a presença ativa dos pais na vida da criança, é essencial para um desenvolvimento saudável. No entanto, é fato que, no Brasil, a ausência paterna é um fenômeno comum, que tende a afetar o indivíduo não só na infância, como também na fase adulta.
Ao MinhaVida, Débora Moura, psicóloga do Grupo Mantevida, explica que a falta de um pai presente pode ser potencialmente prejudicial a uma criança, afetando negativamente a autoestima, a segurança e a capacidade de construir relacionamentos saudáveis.
“A ausência paterna pode resultar em dificuldades de regulação emocional, como lidar com frustração, raiva e maior risco de ansiedade, depressão e comportamentos impulsivos. O indivíduo pode sentir abandono, o que compromete sua capacidade de confiar nos outros e estabelecer vínculos saudáveis. O impacto varia conforme outros fatores de apoio e a dinâmica familiar”.
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Os comportamentos comuns de pessoas que cresceram sem a presença do pai
Dentre os principais comportamentos associados a ausência paterna, a psicóloga destaca:
- Baixa autoestima e dificuldade de autoconfiança;
- Dificuldade em estabelecer relações saudáveis, especialmente com o sexo oposto;
- Busca por figuras de autoridade substitutas;
- Tendência a comportamentos de risco e rebeldia, devido à falta de disciplina e limites;
- Sentimentos de abandono e rejeição, resultando em dificuldades emocionais como ansiedade e solidão;
- Maior proximidade emocional com a mãe ou outras figuras femininas, o que pode gerar dependência;
- Impacto na visão de masculinidade, especialmente em meninos;
- Dificuldades financeiras e sociais associadas à ausência do pai.
“Embora esses comportamentos sejam comuns, muitos superam os desafios com apoio adequado e resiliência”, frisa Débora.
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Como reduzir os impactos da ausência paterna na vida adulta?
Como dito pela especialista anteriormente, é possível superar os efeitos da ausência paterna, ainda que o processo possa ser complexo e demorado. Ela lista algumas estratégicas que podem ser eficazes:
- Psicoterapia: para entender e superar os efeitos emocionais;
- Reconstrução da autoimagem: trabalhar crenças limitantes e praticar autocompaixão;
- Desenvolver novos modelos de figuras masculinas: procurar mentores ou outras figuras de apoio;
- Estabelecer uma rede de suporte: manter relações de apoio e envolvimento social;
- Resgatar o poder da paternidade: buscar formas de exercer a paternidade ou atuar como figura paterna;
- Reconciliar emocionalmente com o pai: quando possível, buscar o perdão e a reconciliação para curar feridas do passado.
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