Psicóloga com especialização em Terapia Cognitivo-Comportamental pela PUC. Atua em consultório particular, atendendo ado...
iJornalista com sete anos de experiência em redação na área de beleza, saúde e bem-estar. Expert em skincare e vivências da maternidade.
iÉ difícil escapar das telas. Tablets, celulares e TVs viraram parte da rotina de muitas famílias, principalmente das crianças. Embora seja uma boa distração para os pequenos, é importante ficar atento ao uso excessivo desses dispositivos, pois podem trazer consequências preocupantes para o desenvolvimento deles, como dificuldade de concentração, alterações de humor e até problemas no sono.
Se você anda percebendo que seu filho prefere ficar o dia inteiro na frente desses aparelhos ao invés de brincar, pode ser hora de observar melhor o comportamento dele. O MinhaVida entrevistou a psicóloga Larissa Senger que esclareceu 7 sinais que indicam que ele pode ser viciado em telas.
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1. Comportamento irritado ou agressivo
Normalmente, esse comportamento acontece quando os pais restringem o acesso às telas. Segundo Larissa, “Quando as crianças não conseguem separar o tempo que passam com as telas, é comum que fiquem com raiva ou frustração quando não conseguem acessar seus dispositivos”. Se seu filho reage dessa maneira, pode ser um sinal de que ele está se tornando dependente.
2. Dificuldade em estabelecer limites para o uso de telas
“As crianças viciadas em telas têm dificuldades em definir horários e limites para o uso, muitas vezes por causa do conteúdo atraente que encontram ou pela necessidade de se distrair”, alerta Larissa. Se seu filho pede mais tempo ou ignora os limites estabelecidos, fique de olho!
3. Negligência de outras atividades
Ele prefere ficar no celular ou ver televisão do que participar de brincadeiras ao ar livre, estudos e interações sociais. Larissa explica que: “Quando as crianças começam a preferir atividades passivas em frente às telas em vez de atividades físicas ou sociais, isso pode ser um indício de vício”.
4. Falta de interesse por atividades offline
“Crianças viciadas em telas frequentemente perdem o interesse por atividades que requerem concentração ou interação, como ler livros ou praticar esportes”, observa Larissa. Se o seu filho evita esses hobbies, pode ser um sinal de que está perdendo o interesse pelas coisas que costumavam ser gratificantes fora da tela.
5. Comprometimento no sono
Seu filho está com dificuldade para dormir ou com insônia? A tecnologia pode ser a culpada. “A exposição às telas antes de dormir interfere na produção de melatonina, o que pode dificultar o sono das crianças”, esclarece Larissa. Se você perceber que seu filho está tendo esses problemas, pode ser devido ao uso excessivo de telas.
6. Diminuição da interação social
“O uso contínuo de telas pode prejudicar as habilidades sociais das crianças, fazendo com que elas prefiram a solidão digital à interação pessoal”, alerta Larissa. Se seu filho evita interações ou parece mais confortável em um mundo virtual do que no mundo real, preste atenção!
7. Falta de atenção
“Crianças viciadas em telas frequentemente têm dificuldades em manter o foco em tarefas que não envolvem as telas, como tarefas escolares ou conversas”, observa Larissa. Se seu filho tem problemas para se concentrar ou se distrai facilmente, mesmo durante atividades que exigem foco, isso pode ser um reflexo do vício em telas.
Como os pais podem lidar com o vício em telas sem proibir completamente
Lidar com o vício em telas exige um equilíbrio entre permitir o uso dos dispositivos e garantir que as crianças desenvolvam outras habilidades importantes fora do mundo digital. De acordo com a psicóloga Larissa Senger, "proibir completamente pode ser contraproducente, pois pode gerar resistência e até afetar a relação da criança com a tecnologia de forma negativa". Portanto, é crucial que os pais adotem uma abordagem mais sensata e equilibrada.
- Defina um tempo diário ou semanal específico para o uso de telas: seja consistente ao aplicar essas regras para que elas entendam que o tempo de tela não pode ser excedido. Larissa comenta, “Crianças precisam entender que as regras são importantes e que há um tempo adequado para o uso de telas”. Quando elas sabem o que é permitido, é mais fácil manter o controle.
- Reserve períodos específicos para o uso de dispositivos: como após as lições de casa ou em momentos de descanso. Isso ajuda a evitar que as telas interfiram em atividades mais importantes - no caso dos estudos ou de brincadeiras ao ar livre. “É essencial garantir que as crianças tenham tempo para outras atividades além das telas”, enfatiza Larissa.
- Incentivar brincadeiras: ao ar livre, leitura, esportes e atividades artísticas também é fundamental. As crianças precisam de momentos para se afastar das telas e desenvolver habilidades motoras, sociais e cognitivas de maneira saudável. Larissa destaca, “Promover atividades alternativas que não envolvam telas ajuda a reduzir o tempo de tela e a desenvolver outras competências importantes”.
- Crianças observam os pais e imitam seus comportamentos: então é importante que os adultos também estabeleçam limites saudáveis para o uso da tecnologia. “As crianças aprendem muito com o exemplo dos pais. Se veem os pais com limites saudáveis para o uso das telas, provavelmente seguirão esse comportamento”, afirma Larissa.
- Incluir atividades em família: esses momentos de interação são essenciais para o desenvolvimento social e emocional das crianças. “Momentos em família são importantes para fortalecer o vínculo e criar memórias que não envolvem tecnologia”, observa Larissa.
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