Redatora de saúde e bem-estar, autora de reportagens sobre alimentação, família e estilo de vida.
Parece complicado alcançar um equilíbrio perfeito na vida. Na verdade, eu diria que é impossível. Mas, em alguns campos da vida, o equilíbrio é essencial. É o caso da autoconfiança, uma característica intimamente ligada à autoestima. À primeira vista, isso pode parecer positivo, mas se falarmos de excesso de confiança, pode ser intimidador para os outros. Você precisa ser confiante, mas sem dominar os outros ou ser intimidador.
De acordo com a Dra. Estrella Flores-Carretero, “o excesso de confiança é um viés cognitivo comum que se manifesta na superestimação da própria capacidade”. Também é conhecido como viés de superestimação e “ocorre quando uma pessoa tem uma crença exagerada em suas próprias habilidades, conhecimentos ou julgamentos, em muitos casos mesmo sem ter qualquer experiência anterior ou certeza da situação”, explica a especialista.
Se você se identifica com algum desses 8 comportamentos, cuidado, pois seu excesso de confiança pode estar intimidando os outros sem você perceber.
1. Confundir sinceridade com “sincericídio”
Há diferenças entre ser sincero (algo a ser valorizado em qualquer ser humano) e ser um “sincericida”, como nos explicou a especialista Raquel Mascaraque. Quando dizemos tudo o que vem à nossa cabeça e sem filtros, corremos o risco de magoar a outra pessoa.
“É um comportamento perigoso porque a sinceridade aplicada sem inteligência emocional ou empatia acaba causando danos desnecessários”, como explicam os especialistas da clínica Evolma, em Valência.
2. Ignorar os conselhos dos outros
Uma pessoa excessivamente confiante acha que nunca está errada e que está sempre certa. É por isso que ela ignora os conselhos dos outros, suas críticas construtivas ou a simples perspectiva da outra pessoa. Cuidado com essa característica. A comunicação e os relacionamentos interpessoais melhoram consideravelmente quando aprendemos a ouvir.
Como explica Flores-Carretero, “é difícil para você reconhecer quando está errado e prefere culpar as circunstâncias ou outras pessoas, já que as admitir é o passo fundamental para aprender com os erros e melhorar”.
3. Preferir ações a palavras
Quando estamos lidando com uma pessoa intimidadora, também tendemos a lidar com alguém que valoriza mais as ações do que as palavras. Essa característica a torna proativa e orientada para a ação, embora corra o risco de se tornar impulsiva. Como Flores-Carretero explicou, elas geralmente subestimam as dificuldades ou os riscos, o que as faz perder o medo da vida.
4. Ter uma opinião sobre tudo
Queremos dizer que você tem uma opinião firme e definitiva sobre absolutamente tudo. Até mesmo sobre o fato de você não saber absolutamente nada. Lamento informar que essa característica não é compartilhada com as pessoas mais inteligentes, pois elas sabem que, para aprender algo, é preciso primeiro assumir que não sabe.
5. Se comunicar de forma direta e clara
Se você se expressa de forma muito direta e clara, seu comportamento pode ser intimidador e inacessível para algumas pessoas. Você também não é muito bom em falar sobre emoções, o que dá às pessoas ao seu redor a impressão de que você não está interessado nos sentimentos e perspectivas delas.
6. Após você falar, há silêncio
Você está em um grupo e começa a falar com tanta confiança que, quando termina, o silêncio toma conta, como se ninguém mais pudesse (ou quisesse) contribuir com nada. Você pode estar se expressando com muita veemência. Ser muito categórico, incisivo ou seco pode invadir o espaço das pessoas ao seu redor e inibir o comportamento delas.
7. Não procurar aprovação
É óbvio que se você é autoconfiante e essa confiança é real, você não se importa com o que as outras pessoas pensam. Você é uma pessoa que não é influenciada pelos outros, nunca. Você é alguém que sabe o que quer, quando quer e como quer, e não precisa da aprovação dos outros para se sentir bem.
O que acontece é que, levada ao extremo, essa atitude pode afastar as pessoas ao seu redor porque você não deixa espaço para elas. Se sentir e ser vulnerável em um círculo íntimo não é algo ruim, pois nos ajuda a manter uma conexão e a criar um vínculo mais profundo com outras pessoas.
8. Não dar mínima para o passado
Você vive no presente, mas, para viver no presente, precisa ter aprendido com o passado e que esse conhecimento o guie no futuro. Bem, se as experiências que você viveu no passado não significam nada e “você tende a ignorar ou minimizar as lições aprendidas com as experiências passadas”, isso pode ser um sinal de excesso de confiança, como explica o médico.
No entanto, o que pode ser intimidador para uma pessoa pode não ser intimidador para você porque, no final, não é apenas o comportamento de um terceiro que entra em jogo, mas as próprias experiências e interpretações pessoais.
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