Sou um psicólogo clínico especializado na Teoria Cognitiva Comportamental, com uma trajetória de dezesseis anos dedicado...
iRedatora de saúde e bem-estar, autora de reportagens sobre alimentação, família e estilo de vida.
Com uma nova dinâmica de duplas, a 25ª edição do Big Brother Brasil já está no ar. Neste ano, os participantes disputam o prêmio principal de até 3 milhões de reais, além de outras recompensas distribuídas ao longo do jogo.
As desavenças e a tensão continua do confinamento, além das restrições alimentares enfrentadas na Xepa, podem acabar impactando a saúde mental dos jogadores. Um exemplo foi a participação da influenciadora digital Vanessa Lopes, que integrou o grupo Camarote do BBB24, e que acabou passando por um quadro psicótico agudo dentro do reality show.
Para entender as reações do cérebro em um ambiente como o do BBB, o MinhaVida conversou com o psicólogo Alexandre de Azevedo Maia, que analisou possíveis efeitos que a competição pode causar nos participantes. Confira!
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Clima de competitividade
A competitividade faz parte do dia a dia dos participantes no reality show, o que pode trazer consequências a saúde mental. Segundo o especialista, a pressão para se destacar no jogo e vencer provas pode gerar altos níveis de estresse, ansiedade, sentimentos de inadequação e temor ao fracasso.
“A sensação de estar sempre em competição pode resultar em exaustão emocional, sendo difícil relaxar e aproveitar a experiência. A longo prazo, isso pode contribuir para o surgimento de problemas como depressão, burnout e outros distúrbios emocionais”, informa Alexandre.
Conflitos constantes
A convivência pode, naturalmente, gerar diversos conflitos entre os moradores da casa mais vigiada do Brasil. No entanto, as dinâmicas propostas no programa estimulam ainda mais os atritos interpessoais. Conforme explica o psicologo, o estresse e a ansiedade prolongada podem resultar no desenvolvimento de insônia, irritabilidade, dificuldade de concentração e baixa autoestima.
“A falta de privacidade e a exposição constante a câmeras podem dificultar a capacidade de processar emoções e experiências de forma saudável, levando a reações emocionais intensas. Em casos extremos, isso pode resultar em crises emocionais ou até mesmo em problemas mais sérios, como depressão”, aponta.
Privação de alimentos na Xepa
Outra dinâmica que coloca em jogo a harmonia da casa é a separação dos grupos VIP e Xepa. Enquanto no VIP os participantes têm acesso a uma diversidade de alimentos, os integrantes da Xepa possuem um cardápio restrito, formado por ingredientes básicos e de cortes “de segunda”.
A restrição alimentar também pode ser fator um gatilho e gerar estresse nos participantes. “Quando encontramos situações de restrição alimentar em confinamento, o nível de estresse aumenta ainda mais, e as dificuldades em lidar com as emoções tornam-se insustentáveis, gerando mais conflitos e crises. Além disso, a privação de alimentos pode agravar sentimentos negativos e gerar um ciclo de ansiedade em relação à disponibilidade de comida”, destaca o psicologo.
Para Alexandre, o acompanhamento psicológico é essencial para reduzir os impactos negativos da experiência. “É fundamental que os participantes tenham acesso a suporte psicológico durante e após a experiência, para lidar com os efeitos do estresse e dos conflitos, promovendo uma recuperação saudável e o bem-estar mental”.
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