Jornalista com sete anos de experiência em redação na área de beleza, saúde e bem-estar. Expert em skincare e vivências da maternidade.
iTudo o que fazemos com os nossos filhos, desde a forma como falamos com eles até a relação familiar que temos com os nossos pais, influencia o desenvolvimento infantil. Além disso, poderíamos dizer que isso os molda. Na verdade, sem perceber, podemos ter comportamentos que, de alguma forma, fazem com que nossos filhos se tornem crianças mimadas e acreditem que têm direito a tudo.
Às vezes, essas características que temos como pais são resultado da educação que recebemos quando crianças e, embora sejam hábitos sutis, podem afetar negativamente o desenvolvimento dos filhos, segundo psicólogos, dificultando o desenvolvimento de habilidades como a tolerância à frustração e a resiliência. Esses comportamentos podem estar contribuindo para a criação de um filho mimado, mesmo sem que você perceba.
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1. Você não impõe as consequências das ações deles
Sem coerência, a criança ficará tão perdida quanto nós. Pense em como funcionamos como sociedade e veja que, quando nos tornamos adultos, precisamos enfrentar as consequências de nossas ações. A consistência na educação dos filhos é importante porque ensina algo fundamental: as ações têm consequências. Isso não implica punição, mas sim uma consequência natural. A Unicef explica que, na disciplina positiva, por exemplo, em vez de focar no castigo e no que não fazer, é enfatizada a construção de um relacionamento saudável com o filho e o estabelecimento de expectativas em relação ao comportamento. Isso não significa que não haverá consequências quando as crianças se comportarem de forma inadequada.
A psicóloga infantil Katia Aranzabal explica que as consequências naturais fazem parte de um processo de educação baseado no respeito. “Isso significa que, quando há um comportamento inadequado, a criança deve vivenciar a consequência natural desse comportamento para que haja coerência”.
2. Você sempre resolve os problemas deles
Obviamente, você tem o impulso de querer proteger seus filhos a todo custo, mas é vital que as crianças aprendam a resolver problemas por conta própria. Se você resolve todos os problemas que surgem, desde encontrar um brinquedo perdido até resolver um exercício de matemática ou intervir em discussões com colegas, está negando a eles a oportunidade de desenvolver resiliência e independência. Além disso, podem se tornar dependentes ou acreditar que não conseguem lidar com nada sozinhos.
3. Você dá muita importância aos bens materiais
Você acha que é um pai melhor porque, no aniversário, enche seu filho de presentes? No desejo de dar o melhor aos seus filhos, você pode acabar oferecendo roupas que eles não precisam, brinquedos com os quais brincam uma vez e uma infinidade de itens materiais, o que pode gerar o sentimento de que têm direito a tudo.
A Open Minds Psychology confirma que dar alguns brinquedos às crianças pode ser benéfico para o desenvolvimento emocional, cognitivo e social. No entanto, crianças que recebem constantemente coisas novas podem começar a ver esses presentes como direitos, em vez de privilégios, e desenvolver uma relação pouco saudável com os bens materiais. Ensinar que a verdadeira felicidade não está no que elas possuem é essencial para evitar esse tipo de comportamento, além de incentivar atividades que estimulem a criatividade, a empatia e a resiliência.
4. Você evita fazer críticas construtivas e estabelecer limites
A educação positiva não significa dizer à criança apenas o que ela faz bem. A motivação e a crítica adequada ajudam a criar uma autoestima saudável. A crítica construtiva é essencial para o crescimento e aprendizado pessoal, pois ajuda as crianças a compreender seus erros, aprender e melhorar. O especialista Álvaro Bilbao explica que podemos adotar uma abordagem colaborativa entre pais e filhos, promovendo o diálogo aberto, mas que estabelecer limites é fundamental. “As crianças precisam de limites para desenvolver uma sensação de segurança e compreender quais comportamentos são aceitáveis”, afirma a neuropsicóloga.
Quando protegemos os filhos das críticas e evitamos estabelecer limites, não os preparamos para o mundo real. Eles podem acabar acreditando que o mundo gira em torno de seus desejos, tendo dificuldade em respeitar os direitos e necessidades dos outros.
5. Você não os deixa falhar
Os pais nórdicos sabem que crianças resilientes são mais capazes de regular as emoções, superar fracassos e perdoar-se por erros cometidos, algo que também as ajudará na vida adulta. Por isso, quando falharem, permita que enfrentem as consequências, pois isso será uma fonte de aprendizado. Erros e fracassos são parte fundamental do crescimento, e pais que promovem a resiliência não eliminam fatores de estresse, mas ensinam os filhos a lidar com eles. Mostram que é possível aprender com os erros e seguir em frente, sem que o fracasso defina suas vidas ou seja visto como o fim do mundo.
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