Terapeuta Clínica há 15 anos com abordagem cognitiva comportamental. Especialista clínica em Ansiedade, Crise de Pânico...
iJornalista com sete anos de experiência em redação na área de beleza, saúde e bem-estar. Expert em skincare e vivências da maternidade.
iNem sempre os laços de sangue são sinônimo de uma relação saudável. Muitas vezes, aquele familiar que deveria trazer conforto e afeto acaba sendo uma fonte constante de desgaste emocional. Nesses casos, tomar a decisão de se afastar não é um ato de rancor ou egoísmo, mas sim de autoproteção.
Embora seja uma decisão difícil e carregada de julgamentos externos, principalmente vindos da própria família, a psicóloga explica que, em certas situações, o afastamento é fundamental para preservar a saúde mental, os limites pessoais e o bem-estar – já que os vínculos familiares também podem ser fontes de conflitos tóxicos.
O MinhaVida entrevistou a psicóloga Larissa Fonseca, que esclareceu em quais situações o afastamento pode ser necessário e por que romper esses laços pode ser um ato de amor-próprio.
Quando o afastamento familiar é uma decisão saudável?
Decidir se afastar de familiares pode parecer uma escolha egoísta ou fria para quem está de fora da relação, mas, em algumas situações, é exatamente o que pode garantir a saúde mental e emocional de uma pessoa.
Segundo a psicóloga Larissa Fonseca, “o afastamento pode ser uma alternativa saudável quando há uma relação marcada por manipulação, desvalorização, controle excessivo ou agressões, sejam físicas ou emocionais”. Essas características indicam a presença de relações tóxicas ou abusivas, que podem causar marcas profundas.
Não se trata de uma decisão impulsiva, mas de uma análise cuidadosa sobre como o convívio afeta a pessoa envolvida. “Outros sinais incluem desgaste emocional constante, impacto negativo na autoestima, ansiedade ou depressão relacionados às interações familiares”, destaca a especialista. Quando encontros familiares deixam de ser motivo de alegria e se tornam gatilhos para sofrimento constante, pode ser o momento de repensar os limites.
Estabelecer um distanciamento não significa, necessariamente, cortar laços para sempre. Muitas vezes, é uma pausa necessária para cuidar de si, reorganizar as emoções e evitar que padrões nocivos continuem se repetindo. Esse processo envolve autoconhecimento e, em muitos casos, ajuda profissional.
Reavaliar as dinâmicas familiares e priorizar a própria saúde mental não é egoísmo, é autocuidado! Como Larissa ressalta: “Se o convívio é um gatilho para sofrimento constante, pode ser o momento de reavaliar os limites”. O importante é lembrar que, mesmo no contexto familiar, ninguém deve aceitar viver em um ambiente que comprometa sua paz e bem-estar.
Como esse distanciamento pode impactar a saúde mental a longo prazo?
Tomar a decisão de se afastar de familiares não é simples. No início, pode trazer sentimentos de culpa, insegurança e dúvidas sobre estar fazendo a coisa certa. No entanto, a longo prazo, essa escolha pode transformar profundamente sua saúde mental – para melhor!
De acordo com a psicóloga Larissa Fonseca, “embora seja difícil no começo, o distanciamento pode trazer benefícios significativos, como redução do estresse, fortalecimento da autonomia emocional e construção de uma identidade mais sólida”. Ao deixar para trás relações tóxicas ou abusivas, abrimos espaço para o autoconhecimento e para a criação de conexões mais saudáveis e genuínas. É como limpar um terreno cheio de ervas daninhas para permitir que novas plantas floresçam.
Além disso, o distanciamento pode ajudar você a priorizar algo essencial: o seu bem-estar. “É uma oportunidade de construir relações mais felizes e saudáveis fora do convívio tóxico familiar, além de aprender a priorizar o próprio bem-estar”, explica Larissa. Escolher o autocuidado como prioridade pode reduzir os níveis de ansiedade, melhorar a autoestima e alinhar suas escolhas às suas próprias necessidades.
Antes de se afastar, tente estabelecer limites
Criar limites pode ser uma alternativa saudável ao afastamento total. “Isso pode incluir restringir o tempo de convivência, evitar temas que sejam gatilhos de conflito nas conversas e impor limites às expectativas alheias”, sugere Larissa. Uma comunicação assertiva, que respeite suas próprias necessidades e reduza a culpa, pode ser o equilíbrio que você procura.
Por outro lado, em casos onde esses limites não são respeitados, o afastamento pode acabar sendo a única alternativa viável. “Se o respeito aos limites não for possível, o afastamento pode ser a única forma de preservar a saúde mental”, finaliza Larissa. Nesse cenário, entender que você está agindo para proteger sua integridade emocional pode ajudar a aliviar o peso dessa escolha.
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