Psicólogo Clínico, do grupo Mantevida*, é formado em Psicologia pelo Centro Universitário Mauá de Brasília (UniMauá), co...
iJornalista com sete anos de experiência em redação na área de beleza, saúde e bem-estar. Expert em skincare e vivências da maternidade.
iSe tem uma coisa que a ansiedade sabe fazer, é bagunçar não só a mente, mas também o corpo todo. Coração acelerado, músculos tensionados, dor de estômago... Se você já passou por isso, sabe bem o que é ter uma crise.
O que pouca gente imagina é que esse impacto vai muito além do nervosismo do momento — a ansiedade pode afetar diversas partes do corpo de formas que nem sempre associamos a ela. Para entender as regiões mais afetadas e por que isso acontece, conversamos com Wanderson Neves, psicólogo da clínica Mantecorpo. Confira as 6 partes do corpo que a ansiedade mais afeta:
1. Peito
Se o seu coração dispara em momentos de ansiedade, saiba que isso é normal. Sensação de aperto, palpitações e até dor no peito são sintomas comuns e podem ser confundidos com problemas cardíacos. “O corpo entra em estado de alerta e libera hormônios como a adrenalina, acelerando os batimentos e causando essa sensação”, explica Neves.
2. Estômago
Tem gente que sente frio na barriga antes de uma situação importante, mas a ansiedade pode ir além e causar dores, náusea, diarreia ou constipação. Isso acontece porque o intestino e o cérebro estão intimamente conectados. “O estresse e a ansiedade podem alterar o funcionamento do sistema digestivo, desencadeando desconfortos gastrointestinais”, afirma o especialista.
3. Pele
De repente, você começa a suar frio, sentir calafrios ou perceber que a pele está mais sensível? Pode ser culpa da ansiedade. “Nosso corpo se prepara para uma possível ameaça ativando o sistema nervoso autônomo, o que pode levar a sudorese excessiva e outras reações cutâneas”, diz Neves.
4. Músculos
Tensão muscular, dores pelo corpo e sensação de rigidez podem ser sinais de que sua ansiedade está se acumulando nos músculos. “Quando estamos ansiosos, contraímos involuntariamente diversos grupos musculares, o que pode resultar em desconforto e dores persistentes”, explica o psicólogo.
5. Sistema respiratório
Aquela sensação de falta de ar ou respiração acelerada também pode ser um efeito da ansiedade. Isso acontece porque o sistema nervoso ativa a resposta de luta ou fuga, alterando o ritmo da respiração. “Muitas vezes, a pessoa sente que não consegue respirar direito, o que pode gerar ainda mais pânico”, alerta Neves.
6. Dentes
Se você acorda com dores na mandíbula ou percebe que seus dentes estão mais sensíveis, a ansiedade pode ser a culpada. O bruxismo, que é o hábito de ranger ou apertar os dentes, muitas vezes acontece durante o sono, como um reflexo inconsciente do estresse. “A tensão acumulada ao longo do dia pode ser descarregada nos músculos da face à noite, causando desgaste nos dentes e dores na mandíbula”, explica o especialista.
Como diminuir esses sintomas da ansiedade
Segundo o psicólogo Wanderson Neves, pequenas mudanças na rotina e técnicas de relaxamento podem fazer toda a diferença no controle das emoções. A seguir, veja algumas estratégias para reduzir os sintomas da ansiedade e recuperar o equilíbrio.
- Faça exercícios de respiração: parece simples, mas respirar da maneira certa pode ajudar (e muito) a controlar a ansiedade. “Praticar a respiração diafragmática, que é profunda e lenta, ajuda a acalmar o sistema nervoso e reduzir a sensação de sufocamento”, explica Wanderson. Para testar, inspire profundamente pelo nariz, expandindo o abdômen, e solte o ar devagar pela boca.
- Mantenha o corpo em movimento: a atividade física não faz bem só para o físico, mas também para a mente. Caminhadas, corrida, yoga e até um bom alongamento podem ajudar a aliviar a tensão. “Os exercícios liberam endorfinas, que são neurotransmissores responsáveis pela sensação de bem-estar, ajudando a reduzir a ansiedade”, diz o especialista.
- Foque no presente: a meditação e o mindfulness são ótimas ferramentas para quem vive com a cabeça no futuro ou remoendo o passado. Essas práticas ajudam a treinar a mente para focar no momento presente, reduzindo o turbilhão de pensamentos ansiosos. “Ao aprender a observar os pensamentos sem se prender a eles, é possível diminuir a intensidade da ansiedade”, afirma Wanderson.
- Cuide dos seus pensamentos: a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) é uma das abordagens mais eficazes para tratar a ansiedade. Ela ajuda a identificar padrões de pensamento negativos e substituí-los por formas mais equilibradas de enxergar a realidade. “Trabalhar com um terapeuta pode ser fundamental para modificar crenças que alimentam a ansiedade”, ressalta o psicólogo.
- Crie uma rotina equilibrada: ter horários regulares para dormir, se alimentar e realizar atividades diárias pode proporcionar uma sensação maior de controle e segurança. “A falta de rotina pode intensificar a ansiedade, enquanto hábitos organizados ajudam a trazer mais estabilidade emocional”, explica Wanderson.
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