Terapeuta Clínica há 15 anos com abordagem cognitiva comportamental. Especialista clínica em Ansiedade, Crise de Pânico...
iJornalista com sete anos de experiência em redação na área de beleza, saúde e bem-estar. Expert em skincare e vivências da maternidade.
iVocê acha que o primeiro sinal de burnout é uma crise de ansiedade? Muita gente pensa da mesma forma, mas, na verdade, o esgotamento não costuma chegar de uma vez – ele dá sinais bem antes, muitas vezes sutis e fáceis de ignorar.
Pode ser uma grande dificuldade de se concentrar, aquela sensação de cansaço que não passa ou até uma irritação constante com coisas pequenas. Para ajudar você a identificar esses alertas, a psicóloga Larissa Fonseca listou os principais sintomas que aparecem antes do burnout. Quanto antes você perceber e procurar ajuda, mais fácil será reverter o quadro.
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8 sintomas que antecedem o burnout – e que você pode estar ignorando
O burnout não acontece de uma hora para outra. Antes de chegar ao esgotamento total, o corpo e a mente dão sinais que, muitas vezes, são confundidos com simples cansaço ou estresse passageiro.
“O burnout não surge como uma crise de ansiedade repentina. Ele se instala aos poucos, com sintomas que vão sendo ignorados até que o quadro se agrave”, explica a psicóloga Larissa Fonseca.
Se você tem se sentido constantemente exausto, desmotivado e emocionalmente drenado, é bom ficar atento. Veja quais são os principais sinais que antecedem o burnout e entenda como identificar o problema antes que ele se torne ainda mais sério:
1. Cansaço que não melhora com descanso
Diferente da fadiga comum, a exaustão do burnout não passa com uma boa noite de sono ou um fim de semana de folga. “A sensação é de estar constantemente drenado, como se a energia acabasse rapidamente ou simplesmente não existisse”, aponta Larissa.
2. Irritabilidade e mudanças bruscas de humor
Coisas pequenas que antes não incomodavam agora tiram você do sério? Isso pode estar relacionado ao excesso de cortisol no organismo devido ao estresse prolongado.
3. Dificuldade de concentração e falhas na memória
Problemas para se organizar, tomar decisões ou lembrar de coisas simples do dia a dia são sinais de que o cérebro está sobrecarregado.
4. Falta de prazer em atividades que antes eram prazerosas
Se aquilo que costumava animar você agora parece sem graça, pode ser um indicativo de esgotamento emocional.
5. Evitação de interações sociais
O burnout pode fazer com que você se afaste das pessoas, evitando conversas e interações que antes eram naturais.
6. Sensação de estar no “piloto automático”
Sentir-se desconectado de si mesmo e dos outros, como se estivesse apenas seguindo o fluxo sem realmente estar presente, é outro alerta.
7. Sintomas físicos frequentes
Dores de cabeça, tensão nos ombros, problemas gastrointestinais e insônia podem estar ligados ao estresse crônico do burnout.
8. Sensação de incapacidade
Tarefas que antes eram feitas com uma mão na roda agora parecem impossíveis? Isso pode indicar que a exaustão está afetando sua autoconfiança e desempenho.
Se você se identificou com vários desses sintomas, vale a pena buscar ajuda e repensar sua rotina. “O burnout não é frescura, e ignorar esses sinais pode levar a um desgaste ainda maior”, alerta Larissa. Cuidar da saúde mental é essencial para evitar que o estresse tome conta e comprometa sua qualidade de vida.
Mudanças para prevenir o burnout, segundo a psicologia
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Estabeleça limites na vida profissional
Saber dizer “não” e definir até onde vai sua responsabilidade é essencial. “Muitas vezes, reforçamos comportamentos abusivos sem perceber, aceitando demandas excessivas e sacrificando nosso bem-estar”, alerta Larissa. Entender que nem tudo precisa ser resolvido imediatamente e que sua saúde mental vem em primeiro lugar é um passo fundamental. -
Faça pausas longe do celular
Se, nas poucas pausas do dia, você continua conectado, rolando redes sociais ou respondendo mensagens de trabalho, seu cérebro não está realmente descansando. Criar momentos sem tela, seja para um café, uma caminhada ou simplesmente para respirar, é fundamental para aliviar a sobrecarga. -
Priorize o sono e crie uma rotina de descanso
Uma boa noite de sono não é luxo, é necessidade. “O sono reparador ajuda a manter o equilíbrio emocional e a evitar a exaustão”, reforça Larissa. Criar um ritual antes de dormir, como ler um livro ou fazer algo relaxante, pode melhorar a qualidade do descanso. -
Reduza compromissos desnecessários
Dizer “sim” para tudo pode prejudicar (e muito) a saúde mental. Reduzir tarefas que não são prioritárias e aprender a delegar responsabilidades evita que você se sobrecarregue desnecessariamente. -
Invista em atividades prazerosas
Lazer não é perda de tempo – é autocuidado. Fazer algo que você gosta, como praticar um hobby, ouvir música ou estar com pessoas queridas, ajuda a aliviar o estresse e equilibrar as emoções. -
Busque apoio psicológico
A psicoterapia é uma ferramenta valiosa para evitar o burnout. “Quando há burnout, há ausência de si e excesso dos outros. A terapia é justamente a presença de si na própria vida”, ressalta Larissa. Refletir sobre sua autoestima, analisar padrões de comportamento e aprender a lidar com o estresse são passos importantes para se proteger do esgotamento.
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